Foto: Robson Nunes Guedes
Antes mesmo de o nível do Guaíba ultrapassar os três metros da cota de inundação, o prefeito Sebastião Melo, por meio de informações do Climatempo, projetava que o nível do rio em Porto Alegre poderia superar os 4m76cm registrados na histórica enchente de 1941. Em entrevista à reportagem da Acústica FM durante esta quinta-feira, o gestor municipal revelou muita preocupação com o cenário de chuvas intensas, principalmente na região das ilhas.
“O Climatempo falou comigo. A tendência é que a gente supere a própria enchente de 1941, ou seja, estão dizendo que o nível do rio pode chegar a mais quatro metros de altura aqui no Guaíba, seja lá nas ilhas, seja aqui no cais”.
O último divulgado pela prefeitura revela que a altura do Guaíba chegou a 3m29cm no Cais Mauá no final da tarde desta quinta-feira
A projeção do prefeito é corroborada por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que avaliam que, no pior dos cenários, o nível se aproxima ou até extrapola os cinco metros. Em novembro do ano passado, as águas alcançaram 3m30cm de altura
Embora ambos entendam que a altura do Guaíba possa ultrapassar o nível da enchente de 1941, a parte central de Porto Alegre estaria protegida pelo muro da Mauá, que tem seis metros de altura, que à época não existia, como todo o sistema de contenção. Mas a Região Sul, o outro lado do Guaíba e as Ilhas seriam afetadas, são motivo de maior preocupação da prefeitura de Porto Alegre, porque a cota de inundação é mais baixa, e não há uma estrutura de proteção
O Guaíba é o final da Bacia hidrográfica da Lagoa dos Patos e recebe água dos rios Jacuí, Caí, Taquari, Sinos e Gravataí. Ou seja, todos esses cursos de água, que também estão registrando subidas históricas por causa dos temporais, deságuam no Guaíba
Diante deste cenário, a prefeitura Capital decidiu pelo fechamento de sete comportas que fazem parte do sistema de proteção contra inundação, outras sete permanecem fechadas.
Como funciona o sistema de proteção contra cheias da Capital
O sistema é composto por 14 comportas, 23 casas de bombas e 24 km de diques externos e internos. Ele foi pensado depois de uma enchente em 1941. A ideia era evitar um trauma parecido com o vivido naquele ano. Antes de 2023, 2015 foi o último ano em que as comportas foram acionadas.
O sistema envolve o muro da Avenida Mauá, onde fica parte das comportas, próximo à Avenida Sepúlveda, e de acesso ao Catamarã, no Cais, além do muro de concreto no bairro Centro Histórico, e os diques espalhados por diferentes pontos da cidade, como a Freeway, Avenida Castello Branco e as orlas 1, 2 e 3
As comportas são portas metálicas de até cerca de 5 metros de altura para barrar a água do Guaíba. Elas são fechadas em momentos de alerta e movidas com o uso de uma retroescavadeira. Também são colocados sacos de areia para evitar a passagem de água por alguma fresta. Esse processo pode levar até 40 minutos. As casas de bombas são como piscinas de diferentes tamanhos que retêm água até que ela possa ser despejada de volta para o Guaíba.
O governador Eduardo Leite (PSDB) chegou a projetar para sexta-feira que o Guaíba ultrapassasse a cota de inundação.
“Amanhã [sexta] o Guaíba pode chegar a 4 metros. Para ter uma ideia, em novembro de 2023, foram 3,46 metros, que já foi a pior cheia desde 1941. A região das ilhas, Região Metropolitana, os municípios dos arredores, toda aquela bacia de rios vai ter resposta muito forte”, previu o governador.
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