Já são três meses de greve dos funcionários públicos federais e, desde o início do movimento, servidores e terceirizados que trabalham nos ministérios têm que conviver com o barulho constante provocado pelas manifestações, passeatas e discursos. Enquanto governo e grevistas não chegam a um acordo, música alta e foguetório compõem um cenário de estresse e irritação que se estabeleceu pelos corredores dos ministérios.
“Há dias não consigo me concentrar nas tarefas, qualquer hora dessas vou cometer um erro tão grande que pode causar a minha demissão”, desabafa a secretária Amanda Sampaio, do Ministério da Saúde.
Essa preocupação parecer ser um sentimento compartilhado por vários outros funcionários. A auxiliar técnica do Ministério do Desenvolvimento Social, Teresa Silva, destaca a dificuldade de trabalhar. “ Não tem como a gente prestar a atenção. A música que eles [os manifestantes] colocam fica na cabaça da gente. É um barulho irritante”.
A música alta é a principal reclamação dos trabalhadores. Caixas de sons foram instaladas em frente dos ministérios do Planejamento, da Saúde, do Trabalho, da Justiça e da Agricultura. Samara Araújo, funcionária terceirizada da pasta da Saúde, reclama da monotonia.
“São duas músicas, a do Tiririca [Índia Seus Cabelos] e a do Falcão [Ai! Minha Mãe]. Elas não param de tocar desde a hora em que eu chego, umas 8h, até o fim do dia. É irritante, é para acabar com o psicológico da pessoa”,desabafa.
A exposição constante ao barulho prejudica o rendimento do trabalho dos funcionários. O psiquiatra Raphael Boechat explica que toda pessoa tem um limite para a exposição a barulhos. “Ficar muito tempo em ambientes barulhentos causa irritabilidade e nervosismo. Esses trabalhadores não vão conseguir se concentrar da forma adequada ao serviço. A própria relação com os colegas de trabalho é afetada”.
Os danos físicos também figuram entre as reclamações. Os mais comuns é a dor de cabeça e o zumbido no ouvido. “Quando eu chego em casa, só quero silencio. Não vejo televisão, não ouço música. E por vezes tenho tanta dor de cabeça, parece que vai explodir. Todo mundo aqui não está suportando mais”, disse a garçonete Maria Tereza de Souza.
O otorrinolaringologista Henrique Fernandes explica que a perturbação causada pelo excesso de ruídos causa uma tensão no ouvido, o que provoca a dor de cabeça e os zumbidos. “A exposição contínua a esse barulho pode gerar danos irreversíveis à audição. Há outros tipos de manifestações, que vão desde o zumbido no ouvido até a deformação na audição”.
Fernandes sugere aos funcionários que tentem abafar o ambiente contra o som e, se possível, fazer uso de protetores auriculares. “Há vários tipos deles, desde o que cobre todo a orelha como o que vemos os operários usando ou o que é introduzido no canal do ouvido”, diz. Ele explica ainda que é importante fazer a higienização dos equipamentos e recomenda para que não haja a manipulação do protetor enquanto estiver no ouvido.
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