“Cargo de ministro é de confiança do presidente da República”, diz Alckmin

Após palestra na Fiergs na tarde desta sexta-feira, o vice-presidente do Brasil,  Geraldo Alckmin, afirmou que “cargo de ministro é de confiança do presidente da República”. A afirmação foi resposta a pergunta da reportagem da Acústica FM sobre se ele permaneceria à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

“Minha disposição é sempre colaborar e ajudar o Brasil e o presidente Lula a fazer um bom governo”, disse Alckmin, na entrevista coletiva.

Nos últimos dias foi ventilado nos bastidores do Planalto, a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tirar Alckmin do Mdic para abrir espaço ao centrão. O vice-presidente acrescentou

“Em seis meses, já adiantamos: reforma tributária encaminhada, arcabouço fiscal encaminhado, o dólar caiu, a Bolsa subiu, a inflação está em 3% e os indicadores econômicos melhoraram”, disse Alckmin.

Palestra

Durante a palestra para um público formado por empresários e políticos, O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo não vai modificar a reforma trabalhista. A alteração na legislação, promovida durante o governo Michel Temer, em 2017, é criticada por setores da esquerda, inclusive o PT, partido do presidente Lula, que já defendeu a revogação das novas regras. 

 “Ninguém vai mexer em reforma trabalhista. O que precisamos é desonerar a folha. O grande desafio do mundo vai ser o emprego, porque a tecnologia nos permite fazer mais com menos gente” — disse Alckmin, a uma plateia formada por políticos e empresários na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Ao abrir o evento, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, elencou um conjunto de tarefas que o governo deveria cumprir, entre elas, a manutenção da reforma trabalhista como foi aprovada no governo Michel Temer.

“Numa época em que se reverencia o empreendedorismo, a inovação, e que se convive com estruturas de empresas flexíveis, como as startups, é fundamental que o Brasil não retroceda para evitar que sua economia seja excluída dos rankings internacionais por falta de competitividade” — afirmou Petry.

Em entrevista após a palestra, o ministro Paulo Pimenta disse que “seria uma indelicadeza” comentar uma declaração do vice-presidente que ele não acompanhou e desconversou:

” Eu acabei não ouvindo”.

Alckmin começou a palestra às 16h, duas horas depois do horário previsto. Pela manhã, ele também esteve em Passo Fundo, no Norte do Estado onde assinou um termo de compromisso para instalação de uma usina de etanol 

O vice-presidente também antecipou que o novo PAC, que deve ser lançado no próximo dia 11, terá um investimento público superior aos últimos quatro anos, mas que sua maior parte será composto por parcerias público-privadas (PPPs) e concessões e que que seu ministério ainda está avaliando as bases do programa de incentivo à compra de eletrodomésticos da linha branca, pedido partiu diretamente do presidente Lula.