Cheia na Lagoa dos Patos desaloja mais de mil pessoas

Uma combinação entre as chuvas copiosas das últimas semanas e ventos fortes sobre a Lagoa dos Patos provocou inundações no sul do Estado e mantém em estado de alerta a Defesa Civil de municípios como Pelotas e Rio Grande.

Em Rio Grande, quase 600 pessoas tiveram de deixar suas casas na Ilha da Torotama e, em Pelotas, áreas como a costa do Laranjal foram tomadas pela água — no total, mais de mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Como resultado, as prefeituras prometem tentar recursos para destravar projetos destinados a conter futuras cheias.

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As cidades costeiras da Lagoa dos Patos sofrem os efeitos indiretos da precipitação elevada que vem atingindo o Estado: a água colhida por rios como Jacuí, Caí, Gravataí e dos Sinos primeiro desemboca no Guaíba, em Porto Alegre, de onde segue rumo à barra de Rio Grande. Até o final de semana, porém, o vento que soprava do quadrante Sul represava parte desse volume excessivo na Capital. Com a mudança dos ventos, a água foi liberada para seguir caminho e acabou sendo impulsionada por rajadas de mais de 100 km/h sobre a costa doce.

— A chuva acumulada nos últimos 10, 15 dias no Estado vai para um rio, que escoa em direção a outro rio, até chegar na Lagoa dos Patos. Na última semana, para piorar, a precipitação se concentrou na faixa leste do Estado, onde está a lagoa — afirma a meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Carina Padilha.

O professor de Oceanografia Física da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) Osmar Olinto Moller Júnior acrescenta que praticamente metade da água dos rios gaúchos vai para a lagoa, enquanto outra parte segue para a região do Rio Uruguai.

— O vento muito forte acabou empurrando essa água contra a costa Oeste da Lagoa dos Patos — complementa Moller Júnior.

Em razão disso, Pelotas contabilizava pelo menos 180 pessoas desabrigadas (dependentes de auxílio do município) e 255 desalojadas (em casas de amigos ou parentes) no Laranjal, no Pontal da Barra e na Colônia de Pescadores Z-3. A situação era mais complicada na Ilha da Torotama, em Rio Grande, onde pelo menos 550 moradores tiveram de se refugiar em casas de conhecidos, e 38 foram acolhidos pela prefeitura.

A cheia, que atingiu áreas que não costumam alagar em zonas como o Laranjal, levou as prefeituras de Pelotas e Rio Grande a cogitar projetos para evitar futuras inundações — mas não há, ainda, fontes de financiamento garantidas ou previsão de qualquer cronograma. A ideia seria construir um sistema de diques a exemplo do que existe na orla do Guaíba, em Porto Alegre.

— Temos um pré-projeto que já foi apresentado ao Ministério da Integração. Temos a expectativa de sensibilizar o governo federal, porque não temos como ficar assim — afirma o secretário-executivo da Defesa Civil de Rio Grande, Glênio Freitas.

A assessoria de imprensa da prefeitura de Pelotas também informa que um dique seria a solução mais viável para estacar o problema — mas ainda não há projeto definido. O nível da Lagoa dos Patos estava baixando na tarde de terça-feira, mas os municípios da região permaneciam em alerta devido às novas chuvas que atingiram o Estado e a possíveis mudanças nos ventos.

Redação de Jornalismo

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