Cientista estuda vírus ‘zumbis’ que estão acordando após 50 mil anos

O virologista Jean-Michel Claverie está determinado a desvendar a verdade por trás dos vírus zumbis, mesmo que isso signifique enfrentar grandes desafios e riscos adicionais à saúde pública, decorrentes das mudanças climáticas.

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De acordo com o jornal O Globo, com o aumento da temperatura global em 1,2°C em relação aos tempos pré-industriais, especialistas científicos estão prevendo que o Ártico poderá enfrentar uma ausência completa de gelo durante os meses do verão até o ano de 2030. No entanto, os perigos representados pelos agentes patogênicos latentes são um aspecto menos explorado dessa questão. No ano passado, uma equipe liderada por Claverie divulgou uma pesquisa revelada, na qual conseguir extrair vários vírus antigos do permafrost siberiano, todos eles com potencial infeccioso.

Todas as famílias virais e bactérias que podem representar uma ameaça de epidemias e pandemias, vem sendo estudadas pela Organização Mundial da Saúde. Esta iniciativa abrange também a investigação de organismos que podem ser liberados como resultado do congelamento do permafrost, uma preocupação crescente no contexto das mudanças climáticas. A OMS confirma a importância de compreender e monitorar esses potenciais patogênicos, a fim de prevenir e responder efetivamente a possíveis surtos de doenças.

As grandes organizações também estão começando a perceber esse risco. No início deste mês, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, tomou a decisão de encerrar um projeto de grande escala, no valor de 125 milhões de dólares, que tinha como objetivo rastrear vírus em regiões do Sudeste Asiático, África e América Latina. A iniciativa visava identificar possíveis agentes patogênicos que pudessem representar uma ameaça para a saúde humana. No entanto, preocupações surgiram dentro da agência de que a própria investigação pudesse inadvertidamente desencadear uma pandemia, levando à decisão de abandonar o projeto.

No entanto, Claverie foi enfático ao afirmar a existência do perigo e classificou como uma verdadeira loucura qualquer expedição em busca de desvendar os segredos ocultos nessas profundezas congeladas.