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Com 7,8 mil habitantes, Cristal já contabiliza R$ 36 milhões de prejuízo da estiagem

Distante 160 quilômetros de Porto Alegre, Cristal foi o primeiro município a decretar situação de emergência por causa da estiagem. De 9 de janeiro até esta sexta-feira (23), mais 25 prefeituras tomaram essa medida para conseguir recursos e maquinário para ajudar os moradores.

O primeiro levantamento, há um mês e meio, apontava perdas na ordem de R$ 12 milhões. Agora, o prejuízo em Cristal já ultrapassa a arrecadação anual do município de 7,8 mil habitantes — R$ 26 milhões: já são registrados prejuízos de R$ 36 milhões.

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Toda a rede de abastecimento da cidade depende do Rio Camaquã. Nesta sexta-feira (23), último dia do Diário da Estiagem, o nível estava em 48 centímetros — índice seis vezes inferior aos 3 metros considerados como normais, segundo dados da prefeitura. De cima da ponte da BR-116, o cenário assusta: o rio, em alguns trechos, ocupa apenas um quinto da largura de seu leito. O restante são bancos de areia.

— Moro toda minha vida aqui, 27 anos, e nunca tinha visto o Camaquã desse jeito — afirma Márcio Alisson, que trabalha em um restaurante às margens da BR-116.

A prefeitura tem feito campanhas de uso consciente da água, mas não estabeleceu racionamento obrigatório.

— Ainda não estamos racionando água. Ainda — afirmou Sandro Dias, secretário de Planejamento e chefe da Defesa Civil municipal.

Os maiores efeitos estão na zona rural, onde a água do Camaquã não chega e a falta de chuva afeta as fontes utilizadas pelos pequenos produtores, maioria no município e que são os responsáveis pela sustentação do PIB. A prefeitura tem levado água em caminhões-pipa para quem não tem água na torneira. Mais de 40 poços artesanais já foram abertos.

Ainda assim, de acordo com a técnica da Emater Ana Paula Jeske, as perdas são 50% nas lavouras de tabaco, principal fonte de renda dos agricultores locais, além de 80% no milho, 50% na soja, 20% no arroz, 30% na batata doce, 50% na produção de leite e 25% na de carne.

O nível de preocupação com a renda e os prejuízos chegou a ponto de levar os moradores a se reunirem na praça central para realizarem uma oração em conjunto na semana passada. De lá para cá, foram registrados 40mm, o que deu uma regularizada em pastagens, mas não reduziu os prejuízos.

— O que foi perdido em termos de grão não se recupera mais. Essas porcentagens são os valores mínimos de perda que teremos. É isso ou mais — resume Ana Paula.

Redação de Jornalismo

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