Concessionária sobrevoa Rio Camaquã e avalia situação de alagamentos

Técnicos da Ecosul e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizaram um sobrevoo de helicóptero para ter uma visão mais abrangente da situação dos alagamentos na área de concessão do Polo Rodoviário Pelotas. De acordo com o diretor superintendente da Ecosul, Fabiano Medeiros, o recurso foi alocado com foco na segurança dos usuários, em função do grande volume de chuvas das últimas semanas na região. “A partir dessa visão aérea conseguimos ter uma ideia macro do volume de água nos rios, arroios e barragens próximos às rodovias do Polo Pelotas”, salienta. O gerente de engenharia da Ecosul, Miquéias Neuenfeld explica que a partir dessa perspectiva fica mais fácil verificar a existência de situações de risco à rodovia, que estejam fora do alcance visual.

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As equipes da Ecosul fazem um monitoramento diário, direcionado aos pontos mais sensíveis. “É realmente impressionante o volume de água represado na região e entorno da rodovia, por isso a importância de identificarmos e mapearmos esses locais, tendo em vista a necessidade de colocar em prática o plano de contingenciamento”, complementa. A supervisora do Escritório de Fiscalização da Infraestrutura Rodoviária Pelotas – ESROD-PET/RS da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Aline Jurach Salem, acompanhou o voo e destacou a relevância da iniciativa da concessionária já que embora as barragens e açudes estejam fora da faixa de domínio, frequentemente são identificados problemas que acabam afetando a fluidez, tráfego e segurança nas rodovias. “Considero de muita importância esta ação, prevenir é sempre a melhor opção”, observou. Para ela sobrevoar a rodovia permitiu uma visão macro da situação atual, no trecho ente Pelotas e Camaquã.

Para a segurança e prevenção a Ecosul possui um serviço que fornece previsões diárias, semanais e mensais das condições climáticas da área de concessão. De acordo com dados climatológicos a média de chuva para o mês de setembro seria entre 90 mm e 140 mm na região. O meteorologista Ricardo Reinke, da Atmosfera Meteorologia, informa que com as condições atípicas, em menos de 20 dias alguns setores da região já superaram os 400 milímetros. Dados pluviométricos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mostram que nos primeiros 18 dias do mês choveram 394 milímetros em Canguçu, 360 milímetros em Pelotas, 412 milímetros em Pedro Osório, 343 milímetros em São Lourenço do Sul, 338 milímetros em Rio Grande, 283 milímetros em Jaguarão e 250 milímetros em Camaquã. “Em menos de 20 dias de registros todas as regiões do Polo Rodoviário Pelotas já superaram as médias históricas na região para um mês de setembro”, ressalta.

Com o acúmulo de chuvas o Rio Camaquã no município de Cristal, chegou ao impressionante nível de 8,17 metros no dia 14 de setembro. “Trabalhamos em parceria com a Ecosul desde 2012 e nunca tínhamos visto esse rio tão cheio”, observa Ricardo. De acordo com o meteorologista, o Arroio São Lourenço também merece atenção especial, assim como arroios que cortam a BR-392. “Da mesma forma o trecho de Jaguarão e as áreas próximas ao Rio Piratini, onde muitos açudes estão próximos à rodovia”, finaliza. O padrão de chuva acima da média também é esperado para o período entre outubro e dezembro. Historicamente os setores que apresentam maior precipitação estão nos trechos Canguçu/Santana da Boa Vista e Camaquã/São Lourenço do Sul.