Agro

Congresso de Agronomia reforça compromisso com sustentabilidade e qualidade da formação

Terminou nessa sexta-feira (15) em Pelotas (RS) a 33ª edição do Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023). Durante uma semana, cerca de mil pesquisadores, professores, profissionais da área e estudantes de todo o Brasil se reuniram pela primeira vez na cidade da Zona Sul do Rio Grande do Sul para discutir temas ligados à atividade e aos desafios para a formação de novos agrônomos e garantia da segurança alimentar no País. O evento foi promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos Brasileiros (Confaeab) em parceria com a Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs) e apoio da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas (AEAPel).
Realizado desde terça-feira (12) no parque Ildefonso Simões Lopes, da Associação Rural de Pelotas (ARP), o CBA 2023 reservou o último dia à premiação de estudos de acadêmicos de diferentes partes do Brasil. Ao todo, foram apresentados 210 trabalhos, com 15 deles destacados como os melhores da mostra. Quatro dos premiados são representantes de Pelotas: Fernanda Goulart Acosta, Francine Bonemann Madruga (ambas da UFPel), Gustavo Kruger Gonçalves (Uergs) e José Nei Telesca Barbosa.
Uma das participantes que se deslocaram de outros estados até o sul gaúcho é Lídia Klestadt Laurindo. Natural do pequeno município catarinense de Rio Fortuna, com pouco mais de 4,8 mil habitantes, a jovem de 23 anos é engenheira agrônoma e está cursando mestrado em Biodiversidade na Universidade Regional de Blumenau (Furb). Pela primeira vez em um CBA, foi premiada com trabalho sobre uso de rizobactérias e fungos micorrízicos para redução da adubação na cultura de alface. Feliz com o reconhecimento do estudo, afirma que o intercâmbio feito em Pelotas e a premiação são estímulos para continuar em busca de mais contribuições à agronomia. “Quero continuar os estudos neste tipo de organismo, muito importante para o solo e nutrição da planta. Pretendo um dia mostrar para o ramo agronômico o quanto esse tipo de fungo e a utilização que se pode fazer deles podem melhorar a agricultura e fazer dela mais sustentável e rentável para o produtor rural.”
Citada por Lídia, a sustentabilidade foi um tema bastante presente na pauta dos mais de 50 painéis, palestras e debates dos quatro dias de Congresso. A preocupação dos engenheiros agrônomos em continuar contribuindo com a produção de alimentos no País, combatendo a fome e desigualdades, mas sem esquecer de avançar em novas tecnologias e ações que garantam o uso e preservação do solo e recursos hídricos, resultou inclusive em encaminhamentos importantes da chamada Carta de Pelotas, documento aprovado por aclamação por todos os representantes de associações da classe dos estados brasileiros. No texto que sintetiza alguns dos encaminhamentos e propostas do CBA 2023, há como meta ter como referência a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para as políticas e projetos.
A Carta indica também o reconhecimento de que agricultura é afetada e também impactante na mudança do clima, necessitando de medidas de adaptação e mitigação dos gases de efeito estufa, apontando ainda que as entidades da engenharia agronômica criem um fórum permanente sobre os impactos das mudanças climáticas na agricultura e sobre uso sustentado da biodiversidade. “
Avaliação com atribuições e formação
Para o presidente da Confaeab, o Congresso realizado em Pelotas cumpriu sua tarefa de colocar em discussão também assuntos que dizem respeito ao futuro da agronomia. Especialmente no que diz respeito à formação nas faculdades e garantia de segurança jurídica para os engenheiros durante a atuação.
“A agronomia está em um momento decisivo. O tema do Congresso foi sobre as atribuições profissionais. Comparo isso a um combate. Não vamos negociar nossas atribuições. O engenheiro agrônomo é um profissional sistêmico, eclético e holístico por natureza”, destaca Kleber Souza dos Santos, apontando a discussão quanto a eventuais mudanças nas atribuições previstas pela legislação e pelo Decreto Lei 23.196/1933.
Também encaminhada durante o Congresso e constando na Carta de Pelotas, a criação de um selo de acreditação não obrigatório às instituições de ensino como forma de avaliar a qualidade dos cursos de Agronomia é defendida pela Confaeab. “Queremos propor isso para que a Confederação crie um ranking próprio, que não substituiria a avaliação do MEC (Ministério da Educação), mas pode valorizar e estabelecer diferenciais que exaltem os melhores cursos”, defende Souza.
Geovana Jacobsen

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