Foto: Cremers / Divulgação
Neste sábado (08), o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), concedeu uma entrevista à Rádio Acústica FM, onde expressou sérias preocupações sobre a recente decisão do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) de terceirizar serviços de pediatria. O presidente destacou os riscos de precarização do atendimento médico, um movimento que contraria o histórico do hospital como um centro de formação de especialistas renomados.
“Fomos surpreendidos pelo Grupo Hospitalar Conceição, que é conhecido e reconhecido nacionalmente, com um edital para terceirização dos seus serviços de Pediatria,” afirmou. Ele enfatizou que essa medida pode levar à precarização do serviço, citando exemplos de terceirizações malsucedidas em hospitais federais no Rio de Janeiro. “Nosso maior receio é que a terceirização traga consigo uma degradação da qualidade do atendimento,” alertou.
Durante a entrevista, o presidente do Cremers também explicou os próximos passos a serem seguidos após a notificação enviada ao GHC:
“O hospital, sendo uma instituição pública subordinada ao Ministério da Educação, deve contratar profissionais por meio de concursos públicos, e não terceirizar serviços. Estamos aguardando a resposta do Grupo Hospitalar Conceição para decidir se judicializamos a questão ou se buscamos uma solução política,” detalhou.
A preocupação do Cremers é reforçada pela importância de manter um vínculo entre os profissionais e a instituição:
“O profissional tem que vestir a camiseta daquela instituição. Na terceirização, isso se perde, e o resultado é um atendimento fragmentado e de menor qualidade,” explicou. Ele destacou que, além da perda de qualidade, a falta de um vínculo estável com a instituição pode trazer problemas graves em momentos críticos, como o atual aumento sazonal de doenças respiratórias.
A entrevista também abordou a problemática de outros setores da saúde e segurança sendo terceirizados, comparando com a situação do GHC:
“Imaginemos se terceirizássemos o Poder Judiciário ou o Ministério Público? Precisamos garantir que os profissionais de saúde tenham um vínculo estável e continuado com as instituições para assegurar a qualidade do atendimento,” argumentou.
O presidente do Cremers finalizou a entrevista destacando a importância da transparência e da formação adequada dos profissionais de saúde, não só para o bem-estar dos pacientes, mas para a segurança e eficácia dos serviços prestados:
“A terceirização, infelizmente, tem sido um sinônimo de precarização,” concluiu, deixando um alerta para toda a sociedade gaúcha sobre os riscos dessa prática no setor da saúde pública.
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