Crise no Agro: produtores do RS param estradas e marcam paralisação geral. Foto: Divulgação
Na última quinta-feira (22), em entrevista o produtor rural Lucas Scheffer expôs os graves impactos da crise no setor agrícola, que atinge todo o Rio Grande do Sul. Em meio a manifestações que têm ganhado força em mais de 30 municípios, Scheffer destacou a urgência por medidas que garantam a tão discutida securitização rural, capaz de aliviar o endividamento dos produtores e conter a escalada dos custos de produção. Uma paralisação geral está marcada para 30 de maio, com produtores e caminhoneiros do RS.
Durante a conversa, realizada em Tio Hugo – ponto estratégico do protesto –, Lucas Scheffer relatou o cenário de incerteza que permeia o campo:
“Se continuar dessa forma, a agricultura, o estado e a sociedade como um todo vão sofrer consequências graves”, alertou o produtor, que evidenciou a combinação de estiagens, enchentes e a alta dos custos operacionais como fatores determinantes para a queda na produção. Segundo ele, a redução da soja em 25% e o desequilíbrio econômico do setor, agravados por estratégias de financiamento que não acompanham a realidade do produtor, indicam um futuro de ainda mais sofrimento para um agro que já se encontra abalado.
O entrevistado enfatizou que a estratégia de “pare-e-siga” adotada nas estradas – prática já registrada em municípios como Júlio e Castilhos, São Pedro Sul e outros – não tem apenas o intuito de demonstrar o atual enfraquecimento do campo, mas também de pressionar os governantes para que medidas urgentes sejam tomadas. Nesse sentido, estão em pauta o avanço de projetos como o PL320, em tramitação no Senado, e o PL341 na Câmara dos Deputados, propostas que visam ajustar a dinâmica dos financiamentos rurais e reduzir os custos operacionais que pesam sobre os produtores.
Além das questões financeiras, Scheffer também ressaltou os efeitos colaterais dessa crise, que se estendem para toda a economia estadual. A quebra no setor agrícola não afeta apenas os produtores: o fechamento de cooperativas, a retração do comércio e a pressão sobre o trânsito de cargas – que hoje já se vê com caminhões circulando vazios – são apenas alguns dos reflexos que, segundo ele, podem comprometer a saúde financeira dos municípios e, consequentemente, a qualidade dos serviços públicos.
O produtor concluiu com um apelo à união da sociedade:
“Não é apenas uma luta do agricultor, é uma situação que impacta todos nós. Se o agro não sobreviver, o estado e a sociedade inteira serão afetados.”
A paralisação está marcada para o próximo dia 30 de maio, data escolhida estrategicamente diante dos vencimentos de custeio, e promete mobilizar ainda mais o movimento em defesa de um setor vital para a economia gaúcha.
Até o momento, há mais de 30 pontos de manifestações no Estado. Confira os municípios, com agricultores que aderiram ao ato:
1 São Pedro do Sul
2 São Vicente do Sul
3 Cacequi
4 São Francisco de Assis
5 Cruz Alta
6 Julio de Castilhos
7 São Sepé
8 Pantano Grande
9 Tapes
10 Alegrete
11 Guarani das Missões
12 Silveira Martins
13 São Gabriel
14 Três Palmeiras
15 Carazinho
16 Tio Hugo
17 Santiago
18 Venâncio Aires
19 Entre Ijuís
20 Ronda Alta
21 Vitor Graef
22 Vacaria
23 Vila Nova do Sul
24 Trindade do Sul
25 Santa Margarida Do Sul
26 São Luís Gonzaga
27 Formigueiro
28 Coxilha
29 Erechim
30 Vila Maria
31 Rosário do Sul
32 Canguçu
33 Tenente Portela
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