Desligar o motor no semáforo economiza combustível ou danifica o carro
Você está parado no semáforo, vê que a fila vai demorar e se pergunta: “Vale a pena desligar o motor por alguns minutos?” A dúvida é comum, principalmente com os preços da gasolina cada vez mais altos. Mas será que essa prática realmente reduz o consumo ou pode acabar saindo mais cara com o tempo?
Essa atitude simples pode, sim, resultar em economia de combustível — especialmente em carros mais modernos. O motor em marcha lenta consome entre 0,6 a 1 litro de gasolina por hora, o que pode parecer pouco, mas se soma em trajetos urbanos com muitos sinais.
Especialistas em eficiência energética afirmam que, se a parada no semáforo for superior a 20 segundos, desligar o motor pode ser vantajoso. A lógica é que a quantidade de combustível usada para religar o carro é menor do que o que ele consumiria ao continuar ligado por esse tempo.
No entanto, isso só vale para veículos bem regulados e com a parte elétrica em dia. Motores antigos, com sistemas de injeção desatualizados ou bateria fraca, podem sofrer desgaste maior com o liga-desliga frequente.
Uma das principais preocupações de quem evita desligar o carro no sinal é o possível desgaste do motor de partida. Esse componente, responsável por acionar o motor ao girar a chave ou apertar o botão, pode mesmo sofrer com o uso excessivo.
Mas aqui vale uma distinção importante: em carros modernos com sistema start-stop (presente em vários modelos a partir de 2016), essa função já foi pensada para suportar dezenas de milhares de acionamentos extras, sem desgaste acelerado. Em veículos mais antigos, desligar o motor repetidamente ao longo do dia pode sim reduzir a vida útil do motor de arranque e da bateria, exigindo mais manutenção.
Se você dirige um carro sem start-stop, desligar o motor apenas em semáforos longos e bem previsíveis pode representar uma pequena economia no fim do mês, especialmente em cidades com muito trânsito. Contudo, não espere uma revolução no consumo. A economia gira entre 3% e 5% do total gasto em combustível, segundo testes realizados por órgãos como o Inmetro.
Por outro lado, se o carro não estiver em boas condições, essa economia pode ser anulada por gastos maiores com bateria ou sistema elétrico. É o típico caso de “barato que sai caro”.
Outro erro comum é associar o desligamento do motor a outras situações urbanas, como descidas ou paradas em rampas. Em aclives, o risco é evidente: o carro pode perder o sistema de freio motor, tornando-se mais difícil de controlar. Em descidas, além da perda do freio motor, você pode comprometer o funcionamento de componentes como direção hidráulica e freios, que dependem do motor ligado.
Em todas essas situações, a recomendação é clara: mantenha o carro ligado e seguro. A economia não justifica o risco.
Alguns motoristas de aplicativos, que passam horas por dia no trânsito, relatam que adquiriram o hábito de desligar o motor apenas em sinais de longa duração e quando conhecem bem o comportamento daquele semáforo. Eles combinam essa tática com direção suave e revisões regulares, o que acaba se traduzindo em ganhos cumulativos ao longo do tempo.
Outros, especialmente aqueles com carros sem sistema start-stop, preferem manter o motor ligado em todas as paradas, por temerem prejuízos maiores. Tudo depende do tipo de veículo, do trânsito e do perfil do motorista.
Se você dirige um carro moderno, com a manutenção em dia, desligar o motor no semáforo pode, sim, ser um gesto inteligente para poupar combustível. O impacto não será gigante, mas ao longo do ano pode significar algumas boas economias — especialmente para quem roda bastante em áreas urbanas.
Mas se seu carro já tem idade avançada, ou você nota que o sistema elétrico não está funcionando como deveria, talvez seja melhor esperar a próxima revisão antes de adotar essa prática. O mais importante é conhecer seu veículo e não transformar a economia imediata em gasto futuro.
O volante está nas suas mãos, literalmente. Saber quando desligar o motor do carro é uma questão de observação, responsabilidade e cuidado com o próprio bolso. Mais do que uma fórmula universal, é um convite à direção consciente, onde cada detalhe conta — do semáforo ao consumo no fim do mês.
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