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Dia Mundial do Meio Ambiente: Reflexões sobre a crise climática no Rio Grande do Sul

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é uma data que convida à reflexão sobre a relação entre a humanidade e o planeta. No entanto, no atual cenário de devastação que vivemos no Rio Grande do Sul, essa celebração se torna um lembrete doloroso da crise climática sem precedentes que enfrentamos. Em vez de comemorações, esta data deve ser um chamado à ação e à conscientização sobre os danos que nossas escolhas políticas têm causado ao meio ambiente.

A crise climática no Rio Grande do Sul é um reflexo das ações humanas ao longo dos anos. Embora nem todos reconheçam, é inegável que existem culpados pelas tragédias ambientais que devastam cidades, destroem vidas e histórias. A intervenção humana desordenada e a exploração irresponsável dos recursos naturais têm provocado mudanças climáticas drásticas, às quais o meio ambiente reage com pedidos por socorro que, até agora, tem sido ignorados.

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Aqui no Rio Grande do Sul, a irresponsabilidade ambiental não é recente; ela remonta a governos passados. Um exemplo claro é o monocultivo de eucalipto, conhecido como “Deserto Verde”, promovido durante o governo Yeda Crusius. Na época, o principal argumento para tal projeto, era que ele traria desenvolvimento para o estado. Na realidade, esse projeto foi uma preparação para futuros investimentos privados, com consequências desastrosas.

O “Deserto Verde” comprometeu o solo, esgotou os recursos hídricos e reduziu a biodiversidade, afetando direitos fundamentais da sociedade e colocando em risco a vida no presente e no futuro. E olha que lá nem havia sido proclamada a frase que jamais podemos esquecer: “Vamos passar a boiada nessa questão ambiental…”, mas a linha política é a mesma.

Hoje, estamos vivendo o que antes parecia um futuro distante. A natureza e o meio ambiente cobram pela negligência e falta de atenção às questões essenciais. Enquanto uma população inteira tenta se reconstruir, o governo e a grande mídia focam na chegada de uma nova “parceria”. A CPMC Celulose, já instalada em Guaíba, está se expandindo para Barra do Ribeiro, anunciada pela mídia como uma grande oportunidade para o Rio Grande do Sul. No entanto, essa nova instalação ignora completamente os conflitos ambientais e os impactos que trará.

Desenvolvimento é, e sempre foi diferente de crescimento

É crucial reconhecer que o modelo de “desenvolvimento” que prioriza o lucro imediato às custas do meio ambiente é insustentável. Precisamos repensar nossas práticas e políticas, buscando alternativas que promovam um desenvolvimento verdadeiramente sustentável. O Dia Mundial do Meio Ambiente deve ser um momento para refletir sobre nossas ações e suas consequências, além de ser um chamado à ação para proteger o que ainda temos e restaurar o que foi perdido.

Neste 5 de junho, ao invés de celebrações, o Rio Grande do Sul deve se engajar em uma reflexão séria e em ações concretas para mitigar os danos ambientais e prevenir futuras catástrofes. Somente assim poderemos garantir um futuro mais seguro e saudável para as próximas gerações.

Arilson Wüncsh

Presidente do Sindiágua/RS e Secretário do Meio Ambiente CUT-RS

Redação

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