Paciente transplantado infectado por HIV é internado no Rio. Foto: Divulgação | SES
O Brasil possuiu o maior e mais seguro sistema de transplantes do mundo, sendo referência internacional. No país, após constatada a morte encefálica de um doador de órgãos e com a concordância da família, é feita uma série de exames para rastrear possíveis doenças antes da doação de órgãos.
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É nesse momento que são testadas doenças como HIV, sífilis, toxoplasmose, doença de chagas e hepatites, entre outras. “É sempre feita avaliação do quadro clínico do doador e sem esses testes a doação não é possível”, explicou o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde (SES), Rogério Caruso. Ele também reforçou que o receptor do órgão tem monitoramento periódico das condições de saúde ao longo de toda a vida.
No Rio Grande do Sul, os exames são realizados por laboratórios dos próprios hospitais e, em alguns casos, por hospitais da capital que possuem Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), como a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). “Quando uma equipe ou hospital se habilita para realizar transplantes, é realizada uma vistoria e exigida uma série de certificações e alvarás. Essa fiscalização é feita pela Central de Transplantes da SES”, comentou Caruso. O Estado não utiliza rede externa de laboratórios privados para a realização desses exames.
Segundo o Plano Estadual de Doação e Transplantes do Rio Grande do Sul, há 67 Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) no Estado. São formadas por equipes multiprofissionais da área de saúde e têm a finalidade de organizar, dentro dos hospitais, as rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes.
O Rio Grande do Sul também conta com sete OPOs, que estão sediadas em hospitais das macrorregiões Metropolitana, Serra, Vales e Norte. São seis OPOs que fazem a busca ativa de doadores e a notificação de morte encefálica, e uma OPO cirúrgica, composta por equipe de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, responsáveis pela captação e logística de transporte de órgãos.
De janeiro até 19 de setembro, foram realizados no Rio Grande do Sul 1.149 transplantes de órgãos. O número de doadores efetivos, nos quais foi possível a retirada de algum órgão, chegou a 158, equivalente a 30% das notificações dos hospitais sobre pacientes com morte cerebral, potencialmente aptos a doações. Um porcentual que supera a média no país, de 19%, e fica levemente abaixo dos 33% registrados em 2023. Havia, no mês de setembro, cerca de 2,6 mil pessoas na lista de receptores ativos.
Vinculada ao Departamento de Regulação Estadual (DRE) da SES, a Central Estadual de Transplantes organiza o funcionamento das estruturas especializadas para a procura e a doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para transplante. Junto das equipes assistenciais dos hospitais, eles constituem a rede de procura e doação, responsável por assegurar a notificação de morte, a avaliação e o acompanhamento de doadores e de suas famílias, de acordo com as características da rede assistencial e em conformidade com as normas complementares do Sistema Nacional de Transplantes.
Visando incentivar a doação de órgãos, o governo do Estado, em conjunto com órgãos públicos, entidades e cidadãos dedicados à causa da doação de órgãos e tecidos, desenvolveu a campanha “O amor vive”. Lançada em 2023, a campanha estimula que as pessoas se tornem doadoras.
Texto: José Luís Zasso/Ascom SES
Edição: Camila Cargnelutti/Secom
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