Dois depoimentos são aguardados neste sábado no julgamento do caso Kiss

Nos trabalhos deste sábado no plenário do júri do Caso Kiss,
estão previstos os depoimentos da testemunha Alexandre Marques (arrolado pela
defesa de Elissandro) e da vítima Maike Ariel dos Santos (indicada pelo
Assistente de Acusação).

O depoimento de Erico Paulus Garcia encerrou o terceiro dia
dos trabalhos do júri do caso Kiss e a lista de vítimas indicadas pelo
Ministério Público para serem ouvidas em plenário. Erico auxiliou no salvamento
de muitas pessoas (cerca de 20 pessoas), retirando-as do interior do prédio.
“Conseguimos entrar lá dentro, pegar as pessoas e levar até a porta para que
fossem levadas ao hospital”. Ele se emocionou ao lembrar daquela noite, pois
também ajudou a levar corpos para os caminhões. Hoje, Erico é policial militar.

Publicidade

Funcionário da Kiss à época da tragédia, Érico Paulus Garcia
afirmou no júri, em depoimento nesta sexta-feira (3), que participou da
colocação de espuma no palco da boate. Para a fixação, relatou, foi utilizada a
cola de sapateiro de nome Cascola. Ele disse que a ordem para a colocação
partiu de Elissandro Callegaro Spohr, sócio da Kiss que, naquele período,
lidava com reclamações sobre ruídos que incomodavam a vizinhança em Santa
Maria.

— Quem nos mandou colocar essa espuma foi o Kiko (Spohr).
Determinado dia, chegamos à tarde e tinha o rolo de espuma para ser colocado —
afirmou Garcia, à época barman da Kiss e, atualmente, policial militar.

Caso Kiss: testemunha abonatória de vocalista da banda
presta depoimento

Pedrinho Antônio Bortoluzzi foi testemunha abonatória de
Marcelo de Jesus dos Santos ouvida na tarde desta sexta-feira (3/12). Isso
significa que ele não falou sobre os fatos (incêndio na Boate Kiss e suas
circunstâncias), mas apenas sobre a conduta do réu em sua vida pregressa.
Aposentado da magistratura, a testemunha também atuou na área da construção
civil. Área em que Marcelo e seu pai trabalharam na colocação de pisos e
azulejos e como pedreiro. A parceria durou mais de 4 anos.

“Sempre calmo, tranquilo, excelente profissional”, afirmou
Bortoluzzi. A testemunha disse que Marcelo e a família são humildes, precisavam
trabalhar e que o réu teve dificuldades de conseguir trabalho depois do
incêndio na Boate Kiss.

“Marcelo é uma pessoa que, se eu fosse continuar nessa
atividade, contrataria sempre. É disciplinado, responsável, respeitoso e
preocupado com os colegas”. E, como pessoa, disse que é “apaziguador, amigo de
todos, bonachão”.

Bortoluzzi afirmou que a tragédia da Kiss mudou a vida de
Marcelo, que sofre muito com o que aconteceu. “Ele fala muito pouco sobre isso.
O que ele me disse é que ele jamais teria acendido aquele fogo se ele
imaginasse o que poderia acontecer”.

Os depoimentos de dono de loja de fogos de artifício e
funcionário de empresa de extintores

O proprietário de um comércio de artefatos pirotécnicos,
Daniel Rodrigues da Silva, e o funcionário de uma empresa de extintores de
incêndio, Gianderson Machado da Silva, foram ouvidos na manhã desta sexta-feira
(3/12), no júri do caso Kiss. Os dois foram indicados pelo Ministério Público.

Daniel Rodrigues da Silva é proprietário da loja Kaboom,
onde teria sido comprado o artefato utilizado pela Banda Gurizada Fandangueira
durante a sua apresentação na festa realizada na Boate Kiss, em 27/01/13. O
incêndio foi desencadeado a partir do seu acionamento.

Gianderson Machado da Silva prestou serviço para a Boate
Kiss fazendo a recarga dos extintores de incêndio por cerca de 3 anos. Em razão
de uma publicação da filha dele em uma rede social, contestada pela defesa do
réu Mauro Hoffmann, o Juiz Orlando Faccini Neto determinou que Gianderson
passasse de testemunha para a condição de informante

Bate-boca no Júri

O primeiro depoimento do terceiro dia de júri do caso Kiss,
nesta sexta-feira (3), foi marcado por momentos de bate-boca. O juiz Orlando
Faccini Neto chegou a ameaçar o advogado Jean de Menezes Severo — que defende
Luciano Bonilha Leão, produtor de palco da banda Gurizada Fandangueira — de
retirá-lo do local do julgamento. A discussão ocorreu durante depoimento de
Daniel Rodrigues, gerente da loja que vendeu o artefato pirotécnico causador do
incêndio na boate. Severo se exaltou quando a testemunha se negou a confirmar
que teve a loja fechada pela Polícia Civil em 2015. O comerciante afirmou que o
estabelecimento não foi fechado. Após uma conversa intermediada pela OAB-RS, a
tarde de depoimentos foi mais tranquila.

Airton Lemos

Sou repórter. Jornalista há 13 anos, formado pela Ulbra.

Recent Posts

Receita Estadual deflagra operação para combater sonegação de ICMS no setor de sorvetes

Equipes de auditoria avaliam irregularidades no valor de R$ 30 milhões

11 horas ago

Farmácias São João lança app Realbem: plataforma de soluções financeiras para clientes

Ferramenta amplia acesso ao crédito, oferece benefícios exclusivos e reforça o compromisso da Rede com…

11 horas ago

Orquídeas: como cuidar do presente clássico de Dia das Mães

Nada simboliza elegância e amor de forma tão marcante quanto as orquídeas no Dia das…

13 horas ago

Lírio da paz, o presente de Dia das Mães que emociona e transforma qualquer ambiente

Quando o Dia das Mães se aproxima, a busca pelo presente perfeito começa a aquecer…

13 horas ago

This website uses cookies.