Uma audiência pública articulada pelos deputados estaduais da Bancada Negra gaúcha vai discutir na próxima segunda-feira (3) o Hino Rio-grandense e os projetos que tramitam na Assembleia Legislativa sobre o tema. Entre eles uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 295/2023) que versa sobre a imutabilidade dos símbolos do Rio Grande do Sul, inclusive o hino do Estado.
Os parlamentares Bruna Rodrigues (PCdoB), Matheus Gomes (PSOL) e Laura Sito (PT), que compõem a primeira Bancada Negra do legislativo gaúcho, salientam uma das principais demandas do movimento negro gaúcho, discutida desde pelo menos a década de 1970, que é a necessidade de alteração de um trecho do hino que afirma que “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. Os deputados apontam que este trecho é considerado racista uma vez que a estrofe compara o que o povo negro gaúcho – majoritariamente escravizado à época – foi submetido: à escravidão – e que por isso não possuíam virtude. Reiteram, ainda, a necessidade de pensar os símbolos do Estado (especialmente o Hino) sob um ponto de vista que não incentive nenhuma forma de preconceito.
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