Especialistas salientam que exportação de arroz é um caminho sem volta

A previsão climática para Alegrete e região abriu o ciclo de
palestras da 13ª Semana Arrozeira de Alegrete, nesta quarta-feira, 1º de junho.
Os produtores rurais, atentos ao planejamento das atividades agrícolas, ouviram
o Meteorologista Anderson Haas Poersh, que apresentou vários modelos
climáticos, afirmando a totalidade do fenômeno La Niña para os próximos seis
meses. O ciclo de palestras da 13º Semana Arrozeira de Alegrete ocorre no
Pavilhão da Feind, que fica situado dentro do Parque de Exposições Doutor Lauro
Dornelles.

Segundo o modelo do Noaa (Administração Americana do Oceano
e Atmosfera), nos meses de junho, julho e agosto, se mantém o resfriamento. Já
para outubro, novembro e dezembro, a previsão é de ocorrer uma diminuição no
resfriamento, e de novembro a janeiro de 2023, acontece a anomalia negativa,
onde o fenômeno diminui a sua intensidade. “O produtor deve estar sempre se
atualizando com relação aos prognósticos. Se mantendo as projeções, para a
cultura do arroz, o volume hídrico será melhor que do ano passado, porém nos
meses de janeiro e fevereiro poderá haver problema no enchimento de grãos e na
colheita. Para a soja é mais favorável, se permanecerem essas projeções”,
alertou o meteorologista da Field Crops. 

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A previsão de chuva para o mês de junho é entre 100 a 130
milímetros, julho de 50 a 80 milímetros, agosto de 100 a 150 milímetros,
setembro de  80 a 100 milímetros e outubro
e novembro uma média de 180 milímetros. “Se mantendo as chuvas de junho a
agosto, a previsão é que de 80% a 90% será suficiente para encher as
barragens”, destacou o especialista.

Para o produtor rural Geovano Parcianello, estas são
informações de extrema importância para o melhor planejamento da safra.
“Precisamos ser preventivos para termos mais efetividade, pensando no menor
custo para o preparo da área, compra dos insumos, proporcional ao manancial
hídrico”, alertou o agrônomo e diretor técnico da Associação dos Arrozeiros de
Alegrete.

A necessidade de exportar o excedente do arroz foi o caminho
apontado por analistas do segmento para a sobrevivência e a saúde da lavoura
arrozeira. Este foi o tema do segundo painel da noite, que versou sobre a exportação.
Os orizicultores obtiveram informações precisas a respeito da rotina da
exportação, principais países competidores e também sobre um assunto pertinente
que foi a preocupação a respeito da gestão dos negócios. “Temos o excedente de
10% e só exportamos na oportunidade. Este cenário deve mudar e o produtor se
conscientizar que não é somente nos melhores momentos para esta ação acontecer.
Tem que ser no momento em que o mercado externo tem a necessidade”, apontou
Guilherme Gadret da Silva, diretor da empresa Expoente, que há 26 anos trabalha
com exportação. “Exportar é valorizar o produto que fica”, salientou.

 Para o presidente da
Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz),
Alexandre Velho, este é um caminho sem volta para também os orizicultores serem
profissionais neste quesito e uma forma de regular o preço no mercado interno.
O dirigente  apresentou o trabalho da
entidade com relação à abertura de mercado, como o México. “Temos a necessidade
de exportar 1,2 milhão de toneladas até o final do ano para tirar o excedente”.
Já segundo Gadret, no painel moderado pelo produtor Caio Nemitz, até o momento
foram exportadas 400 mil toneladas de arroz (branco, casca, parboilizado e
quebrado). Também foi salientado que um dos gargalos na exportação é a
logística e o preço.

 

Com uma amostragem completa de dados a respeito do mercado
de arroz, o economista chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, durante seu
painel que foi mediado pelo ex-presidente da Federarroz, Henrique Dornelles,
foi pragmático ao afirmar ao público presente que a exportação é um caminho
necessário para a lavoura arrozeira, para haver o equilíbrio do mercado.  De maneira geral, o economista mostrou que,
mesmo em um ano que iniciou com uma produção e um estoque menores, as
exportações continuaram fluindo, apesar de um câmbio desafiador. “Haverá um
momento em que as contas terão que se ajustar. No entanto, o custo de produção
não para de subir. Esse é um ponto desafiador”, afirmou Antônio da Luz.

Diante deste cenário, também foram apresentados dados da
necessidade de diversificar a cultura. “Há dez anos, era estranho falar em soja
em áreas de arroz. Hoje, Alegrete, tem 100 hectares e também é uma região
sojicultora”, comentou Da Luz, dizendo ainda que o mercado interno está em
declínio, com o consumo cada vez mais retraído e a produtividade não para de
crescer. Também foram apresentados dados com custos de produção de outras
culturas como alternativa aos produtores rurais, como o milho. “Hoje este
evento traz este debate e é salutar afirmar que precisamos diminuir a área de
arroz e exportar o excedente. Trago também oportunidade desafiadora de plantar
milho”, finalizou o economista da Farsul.

Texto: Cíntia Fragoso Ramos/AgroEffective

Fabio Lima

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