Quatro alunas de uma escola municipal de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, admitiram ter misturado comprimidos à água de uma professora da classe. As meninas, com idade entre dez e 11 anos. Além das substâncias, elas também teriam enchido uma garrafa de água da docente, em uma das ocasiões, com água da privada. Para a diretora da unidade, Carla Fabiane de Medeiros Grutzmacher, esse tipo de situação jamais foi presenciada por ela.
O fato veio à tona na última terça-feira (6), quando um colega da classe das alunas teria contado a história para a mãe dela. A garota teria tido uma desavença com outra menina e, por isso, resolveu contar o fato. A mãe a obrigou a falar sobre o caso na escola. No final da aula, por volta das 11h30, a direção da unidade mandou bilhetes para os pais de toda a turma, solicitando uma reunião extraordinária. Um boletim de ocorrência também foi registrado.
A reunião contou com a participação dos pais, de um representante da Secretaria Municipal de Educação e da Polícia Militar. Após a assembleia, a diretora questionou individualmente as envolvidas sobre a motivação do fato. Segundo Carla, as crianças não souberam informar o porquê de terem colocado remédio na água da professora. Entretanto, em determinados momentos, relataram que a “professora cobrava demais dos alunos”.
— Eu também perguntei se elas tinham visto isso em algum lugar ou se tiveram o incentivo de alguém mais velho. Mas não teve algo que instigou essa situação. Foram elas mesmas — declarou.
A diretora não soube precisar há quanto tempo as garotas colocavam remédio na água, mas afirmou que a situação teria ocorrido, no mínimo, três vezes. As alunas faziam uma espécie de revezamento: em uma ocasião, encheram a garrafa de água da professora com água da privada; em outra, adicionaram saliva; e em outras, misturaram medicações ao líquido. Os remédios usados — fosfato de codeína (medicamento para dor que pode causar sonolência) e omeprazol (usado para problemas gástricos) — seriam de uso da mãe de uma das alunas.
A diretora também explicou que as crianças não tinham a dimensão dos atos cometidos, nem a intenção de prejudicar a saúde da professora. Elas disseram, durante as conversas com a direção, que a intenção “talvez fosse que a professora cochilasse em aula e parasse um pouco de falar”.
— Elas não imaginaram as consequências disso. Se a professora pegasse o carro e os remédios fizessem efeito, ela poderia bater, por exemplo. Elas não pensaram no depois — contou.
Advertência e suspensão
De acordo com Carla, a professora ficou chocada quando descobriu a situação e está muito abalada com o ocorrido. Em certa ocasião, a docente relatou ter sentido gosto diferente na água, mas nunca desconfiou que as alunas pudessem sabotar o líquido. Após a constatação do fato, ela continuou ministrando normalmente as aulas. Na segunda-feira, ao retornar à escola, a educadora irá decidir se continuará dando aula para a turma.
Já as alunas receberam uma advertência e suspensão de dois dias das atividades escolares. Segundo a diretora, a expulsão das estudantes não foi cogitada porque a situação precisa ser resolvida e não transferida para outra unidade. Mesmo perplexa com a atitude das meninas, a diretora ressaltou que o espanto ao descobrir a sabotagem foi ainda maior porque a classe onde as garotas estudam tinha acabado de finalizar o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).
Para a docente, o projeto é de grande importância na escola e ajuda os estudantes a separarem as condutas corretas das erradas. A escola aguarda o posicionamento do Conselho Tutelar de Jaraguá do Sul para encaminhar as alunas para acompanhamento psicológico. A professora também será conduzida pelo município para o programa de saúde ocupacional.
Para o secretário de Educação de Jaraguá do Sul, Rogério Jung, o fato é novo e isolado. Conforme ele, nunca houve a ocorrência de um acontecimento desta natureza no tempo em que está à frente da secretaria. O município está fornecendo todo o suporte para a professora e também para as alunas envolvidas.
Segundo Jung, o município trabalha junto à direção da escola planejando ações que enfatizem o respeito interpessoal. Além disso, também estão previstas conversas com profissionais que demonstrem o mal que a água contaminada pode trazer às pessoas.
— As medidas que são cabíveis a nós, estamos fazendo. Mas tomando muita cautela, por se tratar de crianças menores e também para proteger a professora que está muito abalada — afirmou.
Ele salientou que a professora não relatou nenhum mal-estar ou problema de saúde decorrente da ingestão da água contaminada. Para ele, essa situação evidencia a dificuldade da educação no país. O problema não seria a falta de estrutura das unidades de ensino, mas, sim, a responsabilidade indevida que é atribuída às escolas.
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