Hospital de Camaquã divulga nota após denúncias do Simers

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), divulgou um comunicado nesta quarta-feira (04), informando sobre uma reunião realizada com médicos anestesistas do Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã. O encontro teria sido motivado por relatos de atrasos salariais de pelo menos seis meses, o que segundo o sindicato, tem afetado diretamente a vida dos profissionais.

A diretora do Simers e coordenadora da Zona Sul, Renata Jaccottet, disse que participou da reunião e tomou conhecimento das preocupações dos médicos em relação à renovação de contrato. Renata destacou que o sindicato já está tomando medidas para defender os direitos dos profissionais e garantir o pagamento dos salários em dia.

“À partir desta quarta-feira (04), o Simers dará início aos encaminhamentos necessários para assegurar que os médicos voltem a receber seus salários regularmente. A situação é crítica e não pode se prolongar”, enfatizou Renata.

Além dos atrasos salariais, os médicos também relataram uma grave deficiência de profissionais de diferentes especialidades no hospital. Esse cenário pode comprometer a qualidade do atendimento aos pacientes, segundo o sindicato.

O Simers pretende solicitar ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) que realize uma vistoria no hospital para avaliar as condições de trabalho e a disponibilidade de profissionais.

Receba todas as notícias da Acústica no seu WhatsApp tocando aqui!

O que diz o Hospital Nossa Senhora Aparecida de Camaquã:

A equipe de jornalismo da Rádio Acústica FM solicitou um posicionamento do hospital, em resposta às denúncias feitas pelo SIMERS sobre os atrasos salariais de médicos anestesistas. O Hospital Nossa Senhora Aparecida de Camaquã divulgou uma nota oficial em que esclarece estar ciente da situação e trabalhando para regularizar os pagamentos o mais rápido possível.

A diretoria do hospital de Camaquã admitiu que os atrasos de pagamento não são relativos à atual gestão, mas sim resultam de débitos acumulados em 2023, 2024 e início de 2025. Também informou que desde que assumiu a gestão do hospital, esforços significativos foram feitos para a quitação de dívidas pendentes. Pagamentos relativos ao mês de março foram realizados, restando apenas o mês de abril de2025 como débito em aberto.

A nota oficial destacou também que o hospital está trabalhando ativamente para superar a insuficiência de profissionais de algumas especialidades, ampliando esforços de recrutamento e fortalecendo parcerias estratégicas. A direção do hospital colocou-se à disposição para esclarecer dúvidas adicionais e reafirmou seu compromisso com a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos.

Leia a nota oficial divulgada pelo hospital de Camaquã na íntegra:

“Nota de esclarecimento
Em resposta à notícia publicada sobre os atrasos salariais dos médicos
anestesistas, a Diretoria do Hospital Nossa Senhora Aparecida esclarece que está
plenamente ciente da situação e empenhada em encontrar soluções eficazes para
regularizar os pagamentos o mais breve possível.
Reconhecemos a importância essencial do trabalho desempenhado por esses
profissionais na prestação de cuidados médicos à população e reafirmamos nosso
compromisso com a valorização da categoria. Estamos conduzindo tratativas com as partes
envolvidas para que os pagamentos sejam efetuados dentro dos prazos adequados,
minimizando eventuais impactos na assistência prestada aos pacientes.
No tocante à notícia referente aos atrasos de pagamento, esclarecemos que os
valores pendentes não correspondem à atual gestão, sendo que o débito mencionado
advém do período de 2023, 2024 e início de 2025. Desde a assunção da nova diretoria,
esforços têm sido direcionados para a regularização das pendências financeiras, e, nesse
contexto, já foram efetuados pagamentos relativos ao mês de março, referentes a débitos
da administração anterior. No âmbito da gestão vigente, o saldo em aberto corresponde
exclusivamente ao mês de abril de 2025.
Ressaltamos que todas as medidas administrativas e financeiras necessárias estão
sendo adotadas para solucionar essa questão de maneira definitiva. Reforçamos nosso
respeito e agradecimento a todos os médicos anestesistas pelo comprometimento e pela
excelência no exercício de suas funções.
Em relação à insuficiência de profissionais de algumas especialidades na instituição,
gostaríamos de esclarecer que estamos atuando ativamente para mitigar esse desafio. A
demanda crescente por atendimentos especializados, aliada a fatores como a
indisponibilidade de profissionais no mercado e limitações orçamentárias, tem impactado
diretamente nossa capacidade de manter um quadro completo de especialistas em todas as
áreas necessárias. No entanto, estamos empenhados em buscar soluções eficazes para
garantir a continuidade da assistência à população.
Nesse sentido, estamos ampliando esforços no recrutamento de novos profissionais,
fortalecendo parcerias estratégicas e aprimorando nossos processos internos para otimizar
os atendimentos prestados. Também reforçamos nosso compromisso com a valorização
dos profissionais já atuantes, proporcionando melhores condições de trabalho e
incentivando sua permanência na instituição.
A atual diretoria assumiu a gestão há dois meses e tem atuado com
comprometimento e responsabilidade na administração financeira da instituição. Desde o
início da gestão, esforços significativos foram direcionados para a regularização de
pendências e a garantia do cumprimento das obrigações. Como parte desse compromisso,
já foram realizados pagamentos essenciais, demonstrando a dedicação da equipe em
assegurar a continuidade dos serviços e o equilíbrio financeiro da organização.
A Direção da Instituição coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos
adicionais e reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade na
gestão dos recursos destinados à saúde.
Atenciosamente,
Amanda Meyer Oro
Presidente do Hospital Nossa Senhora Aparecida”