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IFSul aborda impactos da mineração no Rio Camaquã

O projeto de mineração no Rio Camaquã foi tema de seminário do campus Camaquã do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). O empreendimento de mineração é das empresas Votorantim Metais e Mineração Iamgold Brasil, e consiste na implantação de uma mina para explorar minérios na região do Rio Camaquã, em Caçapava do Sul.

O evento contou com a participação de políticos da região, representantes de diversos segmentos da sociedade, comunidade e estudantes. Na ocasião, Renato Zenker, secretário de Meio Ambiente e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã, destacou que o governo municipal é contrário a mineração. “Não somos contra a mineração em si, mas sim ao modo como é feito no Brasil”, explica.

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No seminário, Fábia Richter cobrou maior participação dos prefeitos, vereadores e políticos da região em defesa ao Rio Camaquã. “Não sou contra o desenvolvimento, sou contra o progresso a qualquer custo”, revelou a prefeita, lembrando que o meio ambiente e a saúde da população devem ser afetados pela mineração.

Durante o evento, foram exibidos detalhes do projeto de mineração da empresa, que segundo a professora doutora em botânica, Jaqueline Durigon, negligencia aspectos importantes, além de apresentar pontos contraditórios. Já Marcia Collares, uma das fundadoras do movimento de preservação do Rio, defendeu que a comunidade camaquense cobre dos políticos locais e estaduais uma posição sobre a mineração: “Todos nós temos ligação com o Rio e precisamos defendê-lo, dessa e de outras ameaças”.

O professor doutor em parasitologia, Guilherme Collares, salientou que a contaminação proveniente de uma mineração da década de 80, ainda deixa marcas. “Ainda há resquícios da contaminação, mas apesar da degradação sofrida, ainda é um rio vivo”, revelou Collares.

Além dos impactos ambientais, foram discutidas as consequências na saúde pública, na economia e desenvolvimento da região. Conforme o professor Edson Luís de Almeida Oliveira, doutor em geografia, o meio ambiente é visto erroneamente como algo separado da sociedade. Para ele, através da mineração há o aumento da criminalidade, da exploração infantil, entre outras consequências. “Se acontecer um acidente, como o de Mariana, em Minas Gerais, toda a bacia hidrográfica será afetada, além da Lagoa dos Patos”, apontou Oliveira, destacando que o turismo também deve sofrer as consequências.

Já Caroline Wille, professora doutora em fitossanidade, e William Nitschke, professor doutor em química, apresentaram ao público as formas de contaminação por chumbo e outros metais pesados, bem como suas consequências, entre elas, a diminuição do Q.I tanto de crianças quanto de adultos. Conforme Caroline, não é necessário que aconteça um desastre como em Mariana/MG para que ocorra contaminação, a mineração é suficiente para matar um rio e causar grandes prejuízos em toda a região.

De acordo com Leandro Neutzling Barbosa, organizador do evento, a discussão é necessária, visto que os impactos devem atingir toda a Costa Doce. “Não podemos ficar inertes diante desta ameaça”, conclui Barbosa.

Redação de Jornalismo

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