A Polícia Civil investiga a denúncia feita por familiares de uma paciente internada no Hospital Santa Clara, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que relatam ter encontrado larvas na região do pescoço da mãe. Neide dos Santos, de 45 anos, que é moradora de Camaquã, está há mais de um mês no hospital tratando de uma toxoplasmose. Em entrevista à reportagem da Acústica FM, a filha mais velha de Neide relata que quando viu a cena entrou em desespero.
“Na última terça-feira, fomos visitar a mãe no hospital na UTI. Eu entrei primeiro e fiquei ali com ela, por uns 15 minutos. Na hora de sair, eu notei que ela estava muito muito aflita e mexendo muito os olhinhos, eu sempre reviso o corpo dela, mexo nela para ver como que ela está e ao mexer no corpo dela, eu me deparei com aquela cena ali. Muitas larvas no pescoço dela. Eu saí do local em desespero, chamei a minha irmã que estava aguardando para entrar”, relatou Ana Paula dos Santos, de 30 anos.
Em nota, a Santa Casa de Misericórdia afirmou que “lamenta profundamente o ocorrido” e que o episódio foi “um caso isolado, que tão logo identificado, [o hospital] deu início a uma investigação rigorosa para apurar os fatos e identificar as causas do episódio”.
O hospital ainda disse que “se trata de uma presença superficial” e que o protocolo de higiene, realizado a cada duas horas, “não apresentava qualquer alteração no local” (leia a íntegra do comunicado abaixo).
Neide é moradora de Camaquã, no Sul do estado, e precisou de atendimento por uma suspeita de acidente vascular cerebral (AVC). A paciente foi transferida para o Hospital Santa Clara, do Complexo da Santa Casa de Porto Alegre, no dia 10 de setembro, quando foi diagnosticada com toxoplasmose.
As filhas perceberam as larvas na mãe durante uma visita na terça-feira. A contaminação estava próxima da área do corpo onde a paciente passou por uma traqueostomia, procedimento para preservar a respiração do paciente.
Uma equipe de médicos e profissionais de saúde foi até o quarto, para verificar o ocorrido. Nesta quarta-feira (16), a família foi chamada pelo hospital, que teria explicado o ocorrido e se comprometido a monitorar a situação
“A Instituição lamenta profundamente o ocorrido com a paciente internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Clara e reafirma seu compromisso com a qualidade e a segurança do atendimento. Trata-se de um caso isolado, que tão logo identificado, deu início a uma investigação rigorosa para apurar os fatos e identificar as causas do episódio.
Também registramos que a paciente recebeu imediatamente todos os cuidados necessários e segue sendo acompanhada de perto por nossa equipe assistencial, sem qualquer impacto ao seu quadro clínico. Foi constatada que se trata de uma presença superficial, não identificada na evolução do dia anterior, quando a paciente também recebeu a visita da família. Inclusive, o protocolo de higiene do local da traqueostomia é realizado a cada duas horas e no último registro da equipe não apresentava qualquer alteração no local, o que reforça a temporalidade da situação. A família está sendo constantemente informada sobre a evolução do caso.
Confira a entrevista da filha de Neide
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