Categories: Saúde

Leite materno: cuidado essencial em situação de emergência

O alimento mais completo que existe para bebês é também o mais indicado em situações de calamidade e desastres naturais como o que assolou o Rio Grande do Sul nos últimos meses. O leite materno continua sendo o melhor e mais completo alimento a ser oferecido exclusivamente para bebês de até seis meses, e de forma complementar para crianças de até dois anos.

Receba todas as notícias da Acústica no seu WhatsApp tocando aqui!

Os benefícios do aleitamento materno vão além da nutrição e devem ser mantidos e priorizados quando houver escassez ou dificuldade de acesso a outros alimentos. O Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, por meio da Política de Saúde da Criança, promove ações de incentivo e apoio à amamentação.

A oficial de saúde e nutrição do UNICEF, Stephanie Amaral, ressalta os benefícios.

“Em contextos de emergência, a amamentação é onde a gente vai trazer não só um alimento nutritivo, mas também vai trazer a hidratação para aquele bebê, a gente vai trazer um alimento que é seguro, que não está sujeito a contaminação de água, entre outras questões que podem ocorrer nesses contextos”, explica.

Leite materno causa aumento da imunidade e apoio emocional

Em contextos de desastres, quando as pessoas saem de suas casas, perdem a autonomia, vivem em coletividade e mudam suas rotinas, a questão emocional não pode ser negligenciada. A amamentação oferece não apenas proteção nutricional, mas todo um aparato que inclui produção de anticorpos que fortalecem o sistema imunológico e que ajudam na prevenção das doenças — como diarreias, infecções respiratórias e alergias.

“Esse contato fortalece o vínculo entre mãe e bebê, o que, num período de emergência, não só ajuda a criança emocionalmente, como também costuma ajudar a mãe emocionalmente. Trata-se de um momento de conexão, alívio e de saída daquela emergência toda”, complementa Stephanie Amaral.

Pós-enchentes no RS: é preciso manter a caderneta de vacinação das crianças em dia, orienta UNICEF

Apesar disso, o UNICEF reforça que a amamentação cruzada — que é quando uma mãe amamenta outra criança que não seja a dela — seja evitada. A prática não é recomendada por causa do risco de transmissão de doenças para a criança.

Leite materno: cuidado essencial em situação de emergência. Foto: Pixabay

Uso de mamadeiras, fórmulas e chupetas

A dificuldade de lavar e higienizar mamadeiras e chupetas de forma
correta — comum em emergências e catástrofes — aumenta o risco de doenças e contaminações. Por isso, o uso de utensílios como mamadeiras e chupetas não é recomendado.

“A utilização da água se torna algo que pode veicular doenças. E mesmo usando uma água que seja potável para preparação da fórmula, é possível que os utensílios tenham sido lavados com uma água imprópria ou mesmo que haja alguma dificuldade em se lavar esses objetos. É muito mais arriscado — com o uso desses utensílios — de se expor a criança ao risco de contaminação e doenças como diarreia e vômito”. Por isso, complementa, a oficial do Unicef, que  o uso desses objetos não é recomendado.

Em vez de utensílios como mamadeira, a recomendação é que a oferta de alimentos líquidos como leite e água seja feita em copos rígidos. Na falta de água potável para a higienização correta e segura desses utensílios, é recomendado que se use os descartáveis — que deverão ser utilizados apenas uma vez e desprezados em seguida.

Introdução alimentar

Situações de moradia compartilhada — onde a alimentação é oferecida de forma coletiva e  sem que a população tenha acesso a todos os nutrientes que precisa — muitas vezes não atendem às necessidades da criança.

É que na introdução alimentar — que acontece por volta dos seis meses de vida — o ideal é que a comida oferecida ao bebê seja amassada — nunca batida ou peneirada. A mastigação estimula o desenvolvimento da face e dos ossos da cabeça, favorecendo o desenvolvimento infantil. Quanto ao valor nutricional, alimentos naturais e minimamente processados, como frutas e verduras devem ser privilegiados.

Comida processada, como biscoitos, doces e bebidas açucaradas são pobres em nutrientes e podem conter muito sal, gordura e açúcar, além de aditivos, como adoçantes, corantes e conservantes. Por isso devem ser evitados em todas as fases da vida, mas na infância, essa restrição é ainda mais importante.

Em situações de calamidades, oferecer alimentos crus à criança deve ser evitado. Para evitar qualquer tipo de contaminação, vegetais e legumes devem ser cozidos.O cardápio deve buscar privilegiar a comida variada e in natura — frutas, legumes, verduras, arroz e feijão, carnes — “são alimentos que trazem os nutrientes necessários para a criança crescer e se desenvolver”, complementa a oficial de nutrição.
Fonte: Brasil 61

Geovana Jacobsen

Recent Posts

Isenção do IR para até R$ 5 mil deve ser anunciada em breve

Fazenda pretende criar um "imposto mínimo efetivo" para compensar perdas

52 minutos ago

Portos RS participa da instalação da frente parlamentar de defesa do porto do rio grande

Evento teve como objetivo fortalecer o debate sobre a importância estratégica do complexo portuário para…

58 minutos ago

TikTok: trend “Arrume-se Comigo na moto” expõe usuários a riscos e multas

Trend de maquiagem na garupa da moto viola o CTB

2 horas ago

Infecção urinária: urologista alerta para sintomas e tratamentos

Renan Lemos detalha por que a infecção urinária é mais comum no verão e como…

2 horas ago

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 21 milhões

Apostas podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília

3 horas ago

Eduardo Leite confirma projeto asfáltico entre Encruzilhada do Sul e Dom Feliciano

Para a Acústica, governador confirmou foco em acessos asfálticos

3 horas ago

This website uses cookies.