m médico de Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul, é investigado por vender atestados falsos para pessoas que querem faltar ao trabalho mesmo sem estarem doentes. A compra de um documento foi flagrada em uma conversa no consultório do ortopedista e traumatologista Elimar Silvachi Bicudo, gravado no celular por uma mulher que prefere não se identificar.
Ela é responsável pelo setor de recursos humanos de uma empresa com sete unidades no estado, e os frequentes pedidos de afastamento de um funcionário chamaram a atenção. “Achamos estranho como uma pessoa conseguia ficar doente tanta vezes no ano e com negativas do INSS. Mais ou menos 110 dias ele colocou de atestado do mesmo médico aqui da cidade de Santa Rosa em um ano”, disse a mulher.
A mulher decidiu então consultar com o médico para comprovar a fraude. Por 10 dias de atestado, ela pagou R$ 160. As gravações mostram que a mulher pediu os documentos, alegando que viajaria para Gramado com a mãe, e precisava justificar as faltas no trabalho. “Eu queria comprovar que, assim como os funcionários da empresa em que trabalho estavam fazendo isso, eu também poderia fazer. Fui lá e realmente comprovei que era muito simples fazer isso”, diz a mulher.
As gravações mostram como o médico agia:
Médico – Quantos dias tu precisa?
Paciente – Ah, eu queria uns 10 dias, doutor.
Médico – Ah não, a gente dá cinco dias. Tem um código. É que tem que ter uma doença…
Paciente – Sim…
Médico – A gente não pode dar um atestado aleatório. A gente cobra R$ 80 e dá até cinco dias. Botar aqui… o que tu faz lá? Tu digita lá?
Paciente – Isso!
Médico – Vou botar aqui que tu tem tendinite.
A gravação foi anexada em um processo que tramita no Ministério Público. O órgão investiga a conduta de Silvachi. Ele já responde na Justiça por outros crimes, como estelionato.
Segundo o Ministério Público, com essa prática o médico comete também o crime de falsidade ideológica. “Atestando a existência de uma doença não existente, ele está faltando com a verdade, falsificando documento e a partir disso, terá que responder”, pontua o promotor Manoel Figueiró.
O caso também está com a Polícia Civil, que apreendeu aparelhos eletrônicos e documentos na quarta-feira (24). Outros três inquéritos foram enviados à Justiça só nesse ano, questionando a conduta do médico.
O delegado Marcelo Lech informa que, no primeiro inquérito, Silvachi responde por estelionato ao Ipe. Ele registrava a realização de consultas e procedimentos que não eram feitos de fato.
“No segundo e terceiro inquérito, foi indiciado por concussão. Ele exigia vantagens financeiras das pessoas encaminhadas pelo SUS para fornecer laudos, indevidamente. Ele mesmo, ao ser ouvido, confirmou que condicionava o pagamento de R$ 250 no primeiro momento e R$ 100 na segunda consulta no fornecimento do laudo”, descreve o delegado.
A mulher que fez a denúncia não usou o atestado. Assim que recebeu o documento, ela entregou o papel e a gravação telefônica ao Ministério Público, que iniciou a investigação.
O ortopedista e traumatologista Elimar Silvachi Bicudo disse que em 38 anos de profissão, jamais vendeu atestados falsos. O médico disse ainda que busca mais detalhes sobre o teor dessa denúncia e das acusações contra ele nos demais inquéritos na Polícia Civil. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, Fernando Weber Matos, disse que vai abrir uma sindicância para investigar o caso.
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