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O Plástico no Brasil: crise em meio à consciência sustentável das novas gerações

O Plástico no Brasil: crise em meio à consciência sustentável das novas gerações

O uso de plásticos no Brasil atingiu níveis alarmantes nas últimas décadas, acompanhando o crescimento econômico e a modernização do consumo. Desde garrafas descartáveis até embalagens de alimentos, o plástico se tornou onipresente, trazendo consequências ambientais que são cada vez mais difíceis de ignorar. No entanto, enquanto a crise ambiental se agrava, as novas gerações estão liderando uma mudança cultural significativa em direção à sustentabilidade e ao consumo consciente.

Esse movimento tem desafiado empresas de diversos setores a se reinventarem, especialmente em segmentos como o de produtos promocionais, onde a transição para alternativas sustentáveis está em pleno andamento.

Uso de plástico no Brasil: a realidade

No Brasil, o cenário do uso de plásticos reflete uma dependência massiva desse material. A produção global de plásticos, que depende em mais de 99% de combustíveis fósseis, não apenas alimenta a demanda por produtos descartáveis, como também cria um enorme problema de descarte. O país enfrenta dificuldades significativas para lidar com o volume de resíduos plásticos, principalmente porque a reciclagem, muitas vezes promovida como uma solução, tem uma eficácia extremamente limitada. A realidade é que a maioria dos plásticos nunca foi reciclada e, na prática, grande parte deles não pode ser reciclada.

Segundo o relatório do Center for Climate Integrity, a taxa de reciclagem nos Estados Unidos é de apenas 5% a 6%, e a situação no Brasil não é muito diferente. O desafio técnico de reciclar os diversos tipos de plástico, somado ao alto custo de reciclagem comparado à produção de plástico virgem, torna essa prática economicamente inviável.

A geração consciente

Com o crescimento da conscientização ambiental, impulsionada por movimentos globais e regionais, as novas gerações brasileiras estão cada vez mais preocupadas com o impacto ambiental de seus hábitos de consumo.

Uma pesquisa recente realizada pela Union+Webster apontou que 87% dos brasileiros preferem comprar produtos de empresas que adotam práticas sustentáveis. Entre os jovens de 18 a 34 anos, essa preocupação é ainda mais evidente, com uma demanda crescente por produtos que tenham impacto reduzido no meio ambiente.

Essa mudança de comportamento também está ligada à crescente visibilidade da crise do plástico, que se reflete nas redes sociais e nos discursos políticos. Documentários como Oceano de Plástico e iniciativas educacionais nas escolas têm feito com que os jovens estejam cada vez mais atentos à relação entre o uso de plásticos descartáveis e a degradação dos ecossistemas marinhos, por exemplo.

Hoje, os consumidores são muito mais atentos ao impacto dos produtos que compram. Eles não querem apenas conveniência; eles querem saber se aquele produto que usam vai causar mais danos ao planeta. Isso pressiona as empresas a oferecerem opções mais responsáveis.

A nova realidade do consumo consciente

À medida que a demanda por produtos sustentáveis cresce, as empresas têm sido obrigadas a repensar suas estratégias de produção e marketing. O brindes personalizados, conhecido por produzir uma grande quantidade de itens de plástico descartáveis, é um dos que têm sentido essa pressão.

Reginaldo Fonseca, CEO da QG Brindes, comentou sobre as mudanças drásticas que sua empresa teve que implementar nos últimos anos para se adaptar a essa nova realidade. “Há cinco anos, 90% dos nossos produtos eram feitos de plástico convencional. Mas com o aumento da demanda por produtos ecológicos e a pressão dos consumidores por opções mais sustentáveis, tivemos que nos reinventar. Hoje, grande parte de nossa linha é composta por materiais reciclados ou biodegradáveis”, afirma Fonseca.

Fonseca compartilhou que, além da pressão externa, houve uma mudança interna de mentalidade. “Nossos clientes começaram a sugerir alternativas mais ecológicas. Isso nos forçou a procurar fornecedores que trabalhassem com matérias-primas sustentáveis”.

Essa transição, no entanto, não foi fácil. Segundo o CEO, os custos iniciais para a implementação de brindes ecológicos eram mais altos, e foi necessário educar os clientes sobre a importância de investir em brindes que fossem ecologicamente corretos.

“No começo, houve resistência por parte dos clientes, que estavam acostumados com os baixos preços dos produtos convencionais. No entanto, com o tempo, eles perceberam que esses brindes sustentáveis eram não apenas melhores para o meio ambiente, mas também agregavam valor à marca, sendo vistos como um diferencial competitivo”, explica Fonseca.

Sustentabilidade como vantagem competitiva

A transição para práticas mais sustentáveis não tem sido apenas uma resposta à pressão dos clientes, mas também uma oportunidade de negócios. Muitas empresas estão percebendo que abraçar a sustentabilidade pode ser uma vantagem competitiva. Além de atender à demanda por produtos ecológicos, as empresas que adotam práticas sustentáveis estão construindo uma imagem positiva no mercado e fidelizando clientes que compartilham dos mesmos valores.

Reginaldo Fonseca exemplifica essa nova realidade. “Empresas que nos procuram para brindes promocionais querem produtos que reflitam seus próprios compromissos com a sustentabilidade. Temos recebido muitas encomendas de produtos feitos com materiais recicláveis, como canetas de papel reciclado, blocos de notas de papel semente e bolsas feitas de PET reciclado”, explica.

Essa mudança nas práticas empresariais está alinhada com o conceito de economia circular, que visa reduzir ao máximo o desperdício de recursos, reaproveitando materiais e minimizando a geração de resíduos. Embora o Brasil ainda esteja nos estágios iniciais da adoção de um modelo de economia circular, muitas empresas, como a QG Brindes, estão liderando esse movimento, mostrando que é possível aliar negócios rentáveis com práticas ambientais responsáveis.

Redação de Jornalismo

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