Desde o início de setembro, simulações da Universidade de Columbia e da NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration) confirmaram o que já se desconfiava havia alguns meses: o resfriamento do Pacífico não será intenso o suficiente para o aparecimento do fenômeno La Niña.
De acordo com a teoria, o desvio da temperatura na região central do oceano Pacífico deve ficar em pelo menos -0,5°C por um mínimo de cinco meses seguidos (ou três trimestres móveis seguidos). Desde junho, o desvio da temperatura oscilava em torno deste mínimo, mas, a partir do fim de agosto, o desvio ficou acima do mínimo necessário para configurar o La Niña.
Não há expectativa de uma nova queda em um curto período. “Vale salientar que o Pacífico permanecerá frio nos próximos meses, porém com desvios entre -0,1°C e -0,4°C”, explica o meteorologista da Somar, Celso Oliveira.
Dadas essas condições de neutralidade do oceano, que devem durar até maio, o que muitos produtores querem saber é justamente o que muda para a previsão de chuva e temperatura para o Brasil e América do Sul. A resposta dos meteorologistas é simples.
O fato de termos ou não um fenômeno configurado por causa de décimos de grau não muda em praticamente nada a previsão para a próxima safra de verão.
“A atmosfera não se prende a rótulos. Seja fenômeno La Niña fraco, com desvio de -0,5°C, ou neutralidade com viés negativo de -0,4°C, -0,3°C, o padrão atmosférico seguirá o mesmo definido há alguns meses”, explica Celso.
No Brasil, a tendência é de menos chuva que no ano passado na região Sul e mais chuva que o registrado no último período úmido sobre o centro e norte do país. Não podemos esquecer que no ano passado estávamos vivendo um dos El Niños mais fortes da história, que acabou potencializando as diferenças no clima entre o Sul, que teve chuva demais, e o Nordeste, que não recebeu chuva.
“O simples fato de não estarmos sob a influência desse El Niño já deixa a chuva liberada para acontecer em outros locais do Brasil”, diz Desirée Brandt, meteorologista da Somar.
Na realidade, segundo os especialistas, de um modo geral, o fato de não termos um La Niña até colabora com a safra do Rio Grande do Sul. Durante o verão com neutralidade climática já é normal termos alguns períodos de estiagem e, se tivéssemos um La Niña, esse risco aumentaria, principalmente em dezembro. Como não teremos mais La Niña, o risco de escassez de chuva diminui.
E, com relação à temperatura, esperam-se temperaturas mais baixas que as registradas no último período úmido. Na realidade, a grande mudança do ano passado para este ano não seria o La Niña, agora um evento frustrado por fim.
“A grande mudança gira em torno da ausência do intenso El Niño visto entre 2015 e 2016. Somente isto será suficiente para uma mudança no padrão climático em todo o país”, finaliza Celso.
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