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Polícia Civil combate grupo ligado a crimes de agiotagem e tortura

Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Civil deflagrou a fase ostensiva da operação “Síisifo”. Coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos (1DR/DEIC), a ação visa desarticular uma rede criminosa que, segundo investigações, praticava crimes como usura (popularmente a agiotagem), extorsão, tortura e lavagem de capitais. A ação ocorre contra 41 investigados entre pessoas físicas e jurídicas, cumprindo 18 mandados de prisão preventiva e 54 de busca e apreensão, em oito cidades do Rio Grande do Sul e Florianópolis (SC).

As investigações começaram a partir de 2023, quando um furto qualificado contra o Banco do Brasil, ocorrido na Avenida Padre Chagas, bairro Moinhos de Vento, revelou elementos que ligavam os criminosos a um esquema muito maior. Durante aquele episódio, foram subtraídos R$556.479,52 entre reais, dólares e euros, e um dos envolvidos, identificado como C.S.S, de passaria a liderar operações voltadas para a prática de agiotagem e outras atividades ilícitas.

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Conforme apurado, o dinheiro obtido no furto qualificado e em outros delitos estaria sendo redirecionado para alimentar uma rede de crimes: vítimas, obrigadas a pagar dívidas com juros abusivos, tinham devedores “caçados” por meio de anúncios em aplicativos. Em alguns casos, a inadimplência era punida com agressões físicas intensas, registradas em vídeo para servir de intimidação e alerta.

A investigação aponta que cerca de 41 pessoas – entre físicos e jurídicas – fariam parte do grupo. Ainda, a organização teria movimentado mais de 40 milhões de reais nos últimos anos por meio de diversas contas bancárias. Para ocultar a origem dos valores, o grupo teria inclusive investido em uma empresa produtora de eventos, misturando receitas ilícitas com atividades aparentemente legítimas.

Em entrevista, o delegado João Paulo de Abreu, titular da 1DR/DEIC, destacou que:

“As conclusões, embora parciais, evidenciam que facções criminosas se valem da prática da usura para retroalimentar seus ganhos ilícitos. É imperativo que o legislador esteja atento para coibir essa atividade”, explicou

Nesta ação foram cumpridas diversas medidas cautelares:

  • 18 mandados de prisão preventiva;
  • 54 mandados de busca e apreensão domiciliar;
  • 96 sequestros de veículos automotores;
  • 1 sequestro de embarcação (lancha);
  • 22 medidas cautelares de bloqueio de bens imóveis e indisponibilidade;
  • 41 bloqueios de ativos em contas bancárias.

A operação abrange mandados que serão cumpridos em 8 cidades gaúchas – incluindo Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Tramandaí, Viamão, Cachoeirinha e Canoas – além de um mandado em Florianópolis/SC.

Foto: Divulgação

Por que “Síisifo”?

O nome da operação faz alusão ao mito de Sísifo, personagem da mitologia grega condenado pelos deuses a empurrar uma pedra montanha acima, apenas para vê-la rolar novamente quando quase atingia o cume. Essa referência simboliza a repetitividade e o árduo esforço para desmantelar esquemas criminosos que, assim como a “pedra”, retornam com força renovada, exigindo ações certeiras e contínuas por parte das autoridades.

Disque-Denúncia Polícia Civil

A Polícia Civil reforça o compromisso com a repressão a esses delitos e convida a população a colaborar caso tenha informações relevantes. Denuncie pelo Disque-denúncia: 0800-510 2828 ou através do WhatsApp e Telegram (51) 98444-0606. Para mais informações, acesse os canais oficiais da Polícia Civil do RS.

Bruno Bonilha

Comunicador na Rádio Acústica FM.

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