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Polícia Civil aponta que não é possível apresentar conclusão exata da causa da morte de Kerollyn

O Inquérito concluído pela Polícia Civil aponta que não é possível concluir a causa exata da morte de Kerollyn Souza Ferreira. Segundo a investigação, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizou 12 exames periciais, além de apresentar 21 laudos à polícia. De acordo com os técnicos do IGP, foi constatada a presença da substância Clonazepam na vítima. No entanto,  com relação à causa da morte, a perícia não determinou um fator. Em entrevista à reportagem da rádio Acústica FM, o Delegado regional da 17ª Região Policial do interior, Nedson Ramos de Oliveira, uma série de elementos contribuiu para a morte de Kerollyn

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A menina estava dentro do contêiner em uma posição que indica uma possível asfixia mecânica involuntária. Estava de cabeça para baixo, e o corpo pressionando as pernas e a região toráxica. Aquela noite foi uma das mais frias deste inverno, ou seja, baixa temperatura. Mais um desmaio pelo sedativo. Entendemos que esse combo poderia ser a causa da morte, e a perícia afirma que sim — 

Umas das dúvidas que ainda pairam na apuração da polícia é saber como Kerollyn foi parar dentro do Contêiner de Lixo. A maior probabilidade, conforme o delegado Nedson, é que ela tenha entrado no equipamento sozinha.

Em nota, o Ministério Público afirma que ainda não definiu se vai oferecer ou não denúncia ou pedir mais diligências. Quanto à substituição da prisão da mãe da menina encontrada morta em contêiner em Guaíba por medidas cautelares, a Promotoria de Justiça Criminal da Comarca informou que também vai analisar a viabilidade de recurso ou de eventuais medidas procedimentais cabíveis.

Ontem, a mãe de Kerollyn, foi liberada do sistema prisional, segundo a Polícia Penal do Rio Grande do Sul. Carla Carolina Abreu de Souza estava internada sob custódia no Hospital de Charqueadas, também na Região Metropolitana, de onde recebeu alta na tarde deste sábado

O MP-RS diz ainda que segue acompanhando todos os fatos em relação ao caso, principalmente no atendimento aos outros filhos da investigada. As crianças já são objeto de medida de proteção judicial própria no âmbito da Promotoria da Infância e Juventude.

Indiciamento dos Pais de Kerollyn

A Polícia Civil indiciou a mãe e o pai como responsáveis pela morte da menina Kerollyn Souza Ferreira, 9 anos, que teve o corpo encontrado dentro de um contêiner de lixo em Guaíba, na Região Metropolitana.

Segundo a investigação, a  mãe da criança, Carla Carolina Abreu de Souza, cometeu os crimes: maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. O pai da menina, Matheus Ferreira, foi indiciado por abandono material e violência psicológica.

 “Ele nunca pagou pensão, mesmo sabendo que a menina passava necessidades e que faltava roupa e comida dentro de casa. Também tinha abandono psicológico, como não procurar, não ligar para a criança”, afirmou Ramos

O inquérito foi concluído no último final de semana. Ao todo, 32 pessoas foram ouvidas, sendo oito delas interrogadas. Entre os laudos analisados, está o exame toxicológico que confirmou a presença de sedativo no corpo de Kerollyn. O inquérito policial teve três volumes, com cerca de 300 páginas. O relatório final teve 61 páginas. 

A mãe tomava remédios fortes, dormia e a menina ficava na rua. Praticava abuso psicológico com a filha. Estressava ela e a filmava depois para tentar convencer a família de que ela não tinha condições de cuidar da Kerollyn — afirmou o Delegado Nedson Ramos.

 

Relembre o caso

A morte de Kerollyn completou um mês nesta segunda. O caso está sob sigilo no Tribunal de Justiça (TJ) “por medida de segurança” após a detecção de acessos indevidos aos autos do processo por usuários do sistema que não atuam no caso.

O corpo de Kerollyn foi encontrado por um reciclador dentro de um contêiner de lixo no bairro Cohab, em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, de acordo com a Brigada Militar (BM). Na época, não foram encontrados sinais de violência aparentes no corpo da vítima, conforme a perícia.

A mãe da menina, Carla Carolina Abreu Souza, foi presa temporariamente em 10 de agosto, um dia após o corpo ter sido encontrado. Segundo a Polícia Civil, ela é suspeita de responsabilidade sobre as circunstâncias que levaram à morte da filha.

Em depoimento à polícia, Carla teria dito que deu um sedativo sem prescrição médica à menina horas antes de Kerollyn ter sido encontrada morta dentro do contêiner de lixo. De acordo com a investigação, a criança teria ingerido um grama de clonazepam, além de ter recebido a medicação risperidona (com prescrição).

A investigada afirmou em depoimento que também teria ingerido clonazepam e que tanto ela quanto a filha foram dormir momentos depois, segundo a Polícia Civil. A suspeita ainda teria dito que acordou por volta de 7h, viu que a menina não estava em casa, tomou mais medicamento e voltou a dormir.

A mulher também teria afirmado à polícia, de acordo com a investigação, que já agrediu a filha com uma escumadeira – espécie de colher de metal. Nesse episódio, Kerollyn chegou a ser levada para o hospital por uma lesão na cabeça, supostamente por consequência de um tombo de bicicleta, mas que, após investigação, apurou-se ter sido causada pela mãe.

Confira a ìntegra da entrevista com o delegado Nedson Ramos de Oliveira

Airton Lemos

Sou repórter. Jornalista há 13 anos, formado pela Ulbra.

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