Prefeitos e vereadores irão se unir a mobilização de produtores em Camaquã

Políticos da região da Costa Doce programam uma mobilização nesta sexta-feira (06) ao longo da BR-116, em Camaquã, para apoiar manifestações iniciadas por produtores rurais há uma semana neste município. O ato acontecerá às margens da rodovia e envolve líderes políticos locais, que buscam trazer mais visibilidade às demandas do setor agrícola.

Desde o dia 20 de maio, produtores de mais de 150 municípios do Rio Grande do Sul têm se reunido nas margens das rodovias do Estado. Eles exigem que o governo federal apresente soluções para as dívidas que se acumulam ao longo das últimas quatro safras devido a perdas climáticas e situações adversas que afetam a produção. Os organizadores ressaltam que as dificuldades têm aumentado a cada ano, tornando os desafios financeiros mais críticos.

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Presidente da Acostadoce convocou colegas prefeitos a se juntarem aos produtores

O presidente da Associação dos Municípios da Costa Doce (Acostadoce) e prefeito de Camaquã, Abner Dillmann, convocou prefeitos e vereadores da região para o ato, que está programado para as 15h, próximo ao trevo de acesso norte à cidade. Dillmann destacou a importância da presença dos representantes políticos para demonstrar unidade e apoio aos agricultores. A expectativa é que a mobilização incentive ainda mais o movimento que busca soluções para o setor.

Os agricultores também estão se unindo em protestos que incluem bloqueios em pelo menos 45 pontos de rodovias em várias cidades do estado. O tráfego nessas áreas é interrompido por alguns minutos, com o objetivo de chamar a atenção do governo federal para a gravidade da situação enfrentada pelos produtores devido ao endividamento. As cidades de Camaquã, São Lourenço do Sul, Tapes, Pelotas e Canguçu são algumas das localidades onde as manifestações estão em curso.

Entre as principais demandas dos agricultores, está a securitização das dívidas, que permitiria o alongamento do pagamento e o acesso a novos créditos, oferecendo um alívio necessário em um momento de crise. Eles afirmam que a falta de apoio financeiro e a dificuldade em renegociar as dívidas têm produzido um impacto significativo no setor agrícola.

Além das mobilizações atuais, os produtores planejam um acampamento com máquinas agrícolas em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, no dia 16 de junho. Essa ação é uma resposta à recente resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), que, segundo os produtores, não contemplou a maioria dos endividados nas regras de renegociação, deixando muitos agricultores em uma situação ainda mais difícil.

Com essas iniciativas, os produtores rurais da Costa Doce buscam não apenas apoio local, mas também a atenção do governo federal para uma solução permanente que ajude a estabilizar o setor agrícola, vital para a economia da região.