Previsão do tempo: rio voador da Amazônia está prestes a chegar ao Rio Grande do Sul

Com os gaúchos assolados por uma seca severa em muitas
cidades e centenas de munícipios em situação de emergência pela estiagem, que
seca rios e dizima lavouras com prejuízos de dezenas de bilhões de reais, a
melhor notícia que poderia haver neste momento seria o grande rio voador com a
umidade da Amazônia se posicionar mais ao Sul que sua localização normal
climatológica desta época do ano, aumentando desta forma a chuva no território
gaúcho.

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É o que vai ocorrer! Os dados analisados pela MetSul
Meteorologia indicam que nestes últimos dias de fevereiro e, principalmente,
nos primeiros de março o canal primário de umidade do continente vai estar mais
ao Sul que a climatologia normal, alcançando o território gaúcho.

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Com isso, a perspectiva é de a chuva aumentar muito no Rio
Grande do Sul nestes últimos dias de fevereiro e no começo de março,
prevendo-se desde já que os acumulados de precipitação podem ser
significativamente elevados em algumas regiões. O aumento da umidade, por outro
lado, trará maior risco de temporais isolados com chuva intensa e extrema
localizada em curto período, vento forte e granizo.

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Um dos riscos neste tipo de situação em que há abundante
umidade, o que vai se verificar em especial na primeira semana de março, são
eventos localizados de chuva muito volumosa e até excessiva com altíssimos
índices de precipitação em setores isolados, às vezes apenas parte de uma
cidade, com alagamentos e inundações repentinos com possibilidade de
transbordamento de arroios e córregos pela grande carga de água em curto
período.

A abundante umidade na atmosfera durante o verão tem como
efeito ainda fazer com que os dias fiquem mais abadados. A elevada umidade
relativa do ar impede calor muito intenso, uma vez que a atmosfera se
instabiliza rapidamente à medida que a temperatura fica alta, fazendo com as
máximas não subam muito. À noite, entretanto, o ar úmido impede maior
resfriamento e deixa as mínimas mais altas.

Confira a previsão do tempo para Camaquã:

O que são rios voadores?

expressão “rios voadores da Amazônia” foi criada para
designar a enorme quantidade de água liberada pela Floresta Amazônica em forma
de vapor d’água para a atmosfera, sendo transportada pelas correntes de ar. De
acordo com o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), uma única
árvore de 10 metros de altura emite uma média de 300 litros de água por dia,
mais do que o dobro do total de água consumida por uma pessoa durante o dia
para beber, cozer alimentos, tomar banho etc.

Como funciona?

A floresta funciona como uma “bomba d’água”, ou seja, ela
capta água dos solos e emite para a atmosfera em forma de vapor, a partir de um
processo denominado evapotranspiração. Parte desse volume de água transforma-se
em chuvas que caem na própria floresta, outra parte é transportada pela
atmosfera. Estima-se que a quantidade de água conduzida pelos rios voadores
seja igual ou superior à vazão do Rio Amazonas – o maior do mundo –, que
transporta mais de 200 mil metros cúbicos de água por segundo.

Primeiramente, os rios voadores direcionam-se para o oeste
até chegarem à Cordilheira dos Andes. Lá, eles se deparam com esse verdadeiro
paredão de mais de 4000 metros, o que faz com que parte dessa umidade
precipite, ou seja, transforme-se em chuvas ou até mesmo em neve. Essa
precipitação é a grande responsável pela formação de nascentes de grandes rios,
dentre eles, os rios que dão origem ao próprio Amazonas. Outra parte dessa
umidade é “rebatida” de volta para o interior do continente, abastecendo as
regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de outras localidades, como
a bacia do Rio da Prata.

Com isso, a partir desse entendimento, bem como de estudos
empreendidos pelo projeto “Expedição Rios Voadores”, observa-se que a
devastação da Floresta Amazônica poderá influenciar diretamente no clima de
toda América do Sul e também de outras partes do mundo. Pois, sem floresta, não
haverá rios voadores, a umidade cairá e as massas de ar ficarão mais aquecidas,
contribuindo para o aumento intensivo das temperaturas.

Gil Martins

Comunicador e apresentador na Rádio Acústica FM, com mais de 20 anos de atuação na área da comunicação.

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