Qualidade da água fornecida pela Corsan é discutida em audiência pública na Câmara

A Câmara Municipal de Camaquã, por meio da Comissão de Saúde, Meio Ambiente, Assistência Social e Habitação, realizou Audiência Pública nesta quinta-feira (30) para tratar da qualidade do serviço de fornecimento de água no município.

A frequência no desabastecimento de água, bem como a baixa qualidade do produto, motivou a atividade que foi proposta pelo vereador Vinícios Araújo (MDB). A audiência ocorreu no Plenário da instituição e teve início às 17h30min.

Na ocasião, estiveram representados a Agência dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS e a Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN.

Qualidade da água

Já no início da atividade o vereador Vinícios Araújo (MDB) apresentou imagens enviadas por moradores do município as quais demonstraram a baixa qualidade da água que, em muitos momentos, tem chegado até as residências.

Os vereadores Marcelinho (PSB) e Ilson Meireles (P) também participaram de parte da reunião e fizeram questionamentos sobre a qualidade dos serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto.

Vereador cobra respostas da Corsan

O vereador Marco Longaray (PT) cobrou respostas, por parte da Corsan, quanto aos pedidos de informação que realizou nos últimos meses sobre a entrada em funcionamento do reservatório que fica situado no Loteamento das Flores.

Um deles é o Pedido de Informação nº 62/2019, de autoria do vereador petista, que foi enviado ao Diretor-Presidente da Corsan, Jorge Luiz Costa Melo, buscando resposta sobre a conclusão do Reservatório elevado tipo INTZE 500m³ no município de Camaquã.

Ele também citou e cobrou da companhia medidas quanto à substituição das redes de canos de amianto. Por fim, pediu informações relativas ao tratamento do esgoto em Camaquã que, embora seja atribuição da empresa, não tem sido realizado pela Corsan.

Respostas da Corsan

Cláudia Vianna, gerente regional da Corsan em Camaquã, disse que o reservatório situado no Loteamento das Flores – Reservatório elevado tipo INTZE 500m³ – está em fase de implantação e passa por ajustes antes que seja efetivamente liberado.

Em relação ao desenvolvimento do projeto de tratamento do esgoto do município ela disse que a Corsan tem buscado recursos junto ao BNDES para iniciar os trabalhos.

Quanto à substituição de redes de fibrocimento a gerente da unidade da companhia no município destacou que houve avanços nessa questão com a obra de troca de canos, realizada recentemente, na rua Bento Gonçalves.

Cláudia disse que demonstra preocupação quanto à resistência de parte dos motoristas ao desenvolvimento das obras, pois, impactam no trânsito. Segundo ela, a próxima etapa da troca de encanamento de fibrocimento será realizada na avenida Sete de Setembro, local que representa, segundo ela, atualmente, cerca de 60% dos problemas de rompimento na rede de água em Camaquã.

Ela desabafou quanto à insegurança que os operários da Corsan enfrentam no desenvolvimento dos trabalhos, tanto em nível local quanto estadual. Citou também que uma das razões para que a água chegue até o consumidor final com coloração escura é a presença de ferro manganês. Pontuou que nesses casos, após constatado o problema, os usuários podem receber restituição monetária no caso de prejuízos.

Cláudia também falou sobre os trabalhos que vem sendo realizados na troca e implantação de hidrantes em pontos estratégicos no município.

Explicação técnica

O engenheiro químico da Corsan, Maurício Oliveira , explicou como se dá o processo de captação, tratamento e distribuição da água em Camaquã. Ele também citou os protocolos legais que são seguidos pela empresa para fornecimento de água e pontuou, ainda, quais são os órgãos que fiscalizam a companhia, em todos os âmbitos da federação.

Posição da Agergs

O presidente da Agergs, Izidoro Zorzi, questionou sobre o tempo o qual os problemas na qualidade da água ocorrem em Camaquã. Ele declarou que os problemas precisam ser solucionados e não podem permanecer sem resolução.

Zorzi declarou que a responsabilidade primária para fiscalização da qualidade da água é do município, que é quem concede, por meio de contrato, o serviço de água e esgoto para a concessionária, neste caso a Corsan. Ele declarou que “90% dos prefeitos não conhecem o contrato que têm com as concessionárias e isso é um problema”.

O presidente da agência reguladora informou que os membros do Poder Executivo podem pedir um treinamento, realizado por técnicos da Agergs, para a correta gestão dos contratos de concessão pública.

Vigilância Sanitária

Hozélia Santos, coordenadora do Centro Municipal de Vigilância em Saúde, declarou que o diálogo com a Corsan e com a população tem sido constante. Ela disse que os protocolos e leis que regem o abastecimento de água em Camaquã têm sido seguidos.

A Comissão de Saúde, Meio Ambiente, Assistência Social e Habitação é composta pela presidente, vereadora Ivana de Paula (PSD), vice-presidente, vereador Vinícios Araújo (MDB), e pela secretária, vereadora Nica Puschnerat (PDT).