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Quase cinco anos depois, viúva de caminhoneiro morto durante manifestação em Cristal espera por Justiça

Quase cinco anos após a morte do caminhoneiro Renato Kranlow, de 44 anos, que tentou passar por um bloqueio na BR-116 em Cristal, na Região Sul do Rio Grande do Sul, em julho de 2013, a viúva aguarda por Justiça. Loiva Kranlow, de 48 anos, diz que até hoje nenhuma pessoa foi responsabilizada pelo crime.

“A gente botou na Justiça, mas nunca ninguém nos procurou, não teve nada. Ficou elas por elas, dizem que nem sabem quem matou ele.”

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O marido dela recém havia comprado dois caminhões, e carregava material de reciclagem de Pelotas a Porto Alegre. No dia que foi morto, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF) relatou à época, ele foi agredido por manifestantes que orientavam motoristas a ficarem parados em um posto de combustíveis. A categoria reivindicava a redução do preço do óleo diesel e a isenção do pagamento de pedágios para caminhões.

Na ocasião, os policiais rodoviários escoltaram o veículo até Camaquã, onde o caminhoneiro iria ao hospital e a uma delegacia registrar boletim de ocorrência. Porém, no meio do caminho, o caminhão foi atingido por uma pedra, que atravessou o para-brisa e acertou o pescoço de Renato. Ele morreu no local.

Renato e Loiva tiveram dois filhos, um homem e uma mulher, de 23 e 19 anos, respectivamente. A viúva conta que trabalha como diarista para sustentar a casa, já que depois da morte do marido ficou desamparada.

“O Renato era o centro da família, nos sustentava e depois que ele morreu a minha vida desabou. Tivemos que parar com o negócio, porque ele ainda estava pagando os caminhões e a Justiça tirou de nós, já que não tivemos condições de pagar”, lamenta.

Segundo ela, a notícia da morte do marido deixou toda a família perplexa, sem acreditar no que tinha acontecido.

“Foi muito chocante, não esperávamos isso. Imagina, de uma hora pra outra teu marido sai pra trabalhar e é morto.”

Os protestos de caminhoneiros em maio deste ano trouxeram a lembrança do que aconteceu há quase cinco anos para a viúva. Ela diz que sequer conseguiu acompanhar a mobilização, porque vinham as recordações.

“Eu nem gostava de ligar a TV para olhar. O que aconteceu comigo não quero que aconteça com outras pessoas. Sobre os protestos, por um lado é bom, porque a profissão é muito explorada. Só que não pode ter vandalismo, tem que se respeitar”, ressalta Loiva.

Onze pessoas foram indiciadas pela polícia no caso, sendo três delas pelo crime de homicídio qualificado. Conforme o Ministério Público, que apresentou denúncia em janeiro de 2014, houve constrangimento ilegal, ameaça e dano por parte dos manifestantes, além dos crimes de grave lesão à integridade física e ao patrimônio e homicídio doloso – quando há intenção de matar.

De acordo com a juiza Evelise Mileide Boratti, da Comarca de Camaquã, atualmente o processo aguarda audiência de instrução e o julgamento está marcado para o dia 2 de agosto deste ano. Até o momento ninguém foi preso.

Redação de Jornalismo

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