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RS melhora índice de educação, mas tem mais de 150 mil menores fora da escola, diz estudo

O Rio Grande do Sul melhorou o acesso à educação na última década, mas mesmo assim, mais de 150 mil crianças e adolescentes estão fora da escola. Os dados são da pesquisa Todos Pela Educação, divulgada nesta quarta-feira (5) pelo governo federal.

Segundo o levantamento, o número de crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 17 anos, matriculados em escolas públicas no estado cresceu 6,7% nos últimos dez anos, superando a média nacional, que foi de 4,8%. Passou de 85,9% em 2005 para 92,6% em 2015. Com o resultado, o Rio Grande do Sul está entre os três estados brasileiros com maior número de novas matrículas feitas na última década.

Na Educação Infantil, o resultado é ainda melhor. Em 2005, apenas 46,7% das crianças estavam na escola. Dez anos depois, o índice saltou para 79,6%.

Mesmo assim os dados mostram que 151 mil crianças e adolescentes ainda estão fora da escola. Mais de 80 mil só no Ensino Médio.

“Temos que adotar uma série de medidas e algumas que nós estamos tomando acabam tendo reflexo no Ensino Médio, que é a correção de fluxo, para que os alunos cheguem na idade certa à série certa. Isso contribui para a melhora na educação e evita a evasão”, pondera o secretário estadual da Educação, Luís Antônio Alcoba de Freitas.

Uma decisão judicial também deve mudar esse cenário. Atendendo a uma ação do Ministério Público, a partir do ano que vem o governo do estado deverá investir 35% do orçamento em educação. Isso é o que prevê a lei, mas, conforme o MP, há 13 anos a medida não é cumprida.

“Representa em números totais valores que repercutem muito na falta e na qualidade da educação gaúcha, quer seja na dispensa de materiais, nas estruturas físicas das escolas, quer seja na qualificação dos recursos humanos”, analisa a promotora de Justiça, Daniele Schneider.

A dona de casa Dulce Severo passa o dia em casa com os netos. Mesmo em idade escolar, nenhum deles está matriculado em escola alguma de Porto Alegre.

“Aqui está tudo difícil. Se essa creche estivesse funcionando, ajudaria muitas mulheres que têm criança pequena, que querem trabalhar, mas não podem, porque não têm onde deixar as crianças”, lamenta ela.

Redação de Jornalismo

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