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S.O.S Rio Camaquã: jornal aborda aventura de amigos em defesa de rio e lagoa

Em matéria publicada no JORNAL DO LARANJAL, traz a aventura de dois amigos que lutam para manter preservada a região do Rio Camaquã e a Lagoa dos Patos. Confira o material: 

Um projeto de mineração à céu aberto, de chumbo, zinco e cobre, às margens do Rio Camaquã, em Caçapava do sul, planejado pelas empresas Votorantim Metais e Iamgold Brasil, ameaça uma região ainda preservada do Bioma Pampa e preocupa as comunidades de várias cidades da região, que mobilizam-se contra a sua implementação..

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Como sempre, as empresas garantem que o projeto é sustentável e não oferece nenhum risco para o meio ambiente. Mas, todos sabem que a mineração não é uma atividade 100% segura, ainda mais depois do que aconteceu em Mariana, e que o Comitê Gestor do Plano da Bacia do Rio Camaquã apontou a necessidade de se estabelecer áreas de restrição à mineração nesta região.

As mineradoras são sempre grandes empresas, geralmente transnacionais, com grande poder econômico, utilizado para “convencer” políticos e lideranças regionais a aprovar seus projetos.

Somente uma ampla mobilização das comunidades pode barrar as pretensões desses grupos.

Na avaliação das entidades que estão se mobilizando pela defesa do rio Camaquã, os prejuízos que poderão ser causados pela instalação do projeto de mineração, extrapolam a esfera da destruição dos recursos naturais e paisagens. Além dos problemas ambientais, uma das principais preocupações dessas entidades é que se repita o panorama registrado a partir de 1996, quando ocorreu o enceramento das atividades da mineração de cobre na região, deixando para trás um passivo de impactos ambientais até hoje presentes, abandono social e declínio econômico individual e coletivo na região.

Visando chamar a atenção da comuniudade para esse problema a dupla de remadores do Laranjal, Anderson Cardoso e Pablo Grigoletti, estão organizando uma remada desde o Rio Camaquã até o Laranjal.

A seguir, a entrevista feita pela equipe do JORNAL DO LARANJAL com os amigos, Anderson Cardoso e Pablo Grigoletti:

 

Quando irá ocorrer? De onde será a partida e a chegada?

“Será uma remada simbólica em defesa do Rio Camaquã, um dos maiores afluentes da Lagoa dos Patos. A saída ocorrerá dia 08/01/2017, do próprio Rio, em uma localidade chamada Val dos Prestes ou na Ponte de Cristal, dependendo do nível do Rio. De acordo com o planejado, iremos até a Lagoa dos Patos e depois desceremos ao Sul até a Praia do Laranjal. É uma remada para ser feita em 4 ou 5 dias, dependendo das condições climáticas. O objetivo é fotografar e documentar as belezas do Rio e da Lagoa e depois, usando o material fotográfico e as Redes Sociais, fortalecer o movimento contra a instalação da mineradora.”

Quem irá participar?

“Estão organizando esta remada os amigos Anderson Cardoso e Pablo Grigoletti. Apesar de ainda pouco divulgada, estão convidados todos os remadores de caiaque oceânico que tiverem interesse em realizar tal percurso. Não contaremos com nenhum tipo de apoio por terra e cada um levará seu material de acampamento e alimentação. O contato dos interessados pode ser feito pelo Facebook ou pela página http://www.ummilhaodemetros.blogspot.com.br .”

Qual a distância a ser percorrida?

“Se a saída for do Val dos Prestes (onde a RSC-471 cruza o Rio), serão aproximadamente 160km de Rio Camaquã; se for da Ponte de Cristal (onde a BR-116 cruza o Rio) serão apenas 80km até a Lagoa. Depois de sair do Rio, serão 100km de Lagoa dos Patos até a Praia do Laranjal. Pretendemos “visitar” o Arroio Corrientes e a Lagoa Pequena, trechos selvagens e desconhecidos da maioria da população, mesmo ficando relativamente perto da Praia do Laranjal.”

No destino haverá algum acontecimento?

Ainda não temos nada programado. Os acontecimentos estão muito mais vinculados ao tempo que estaremos remando e desfrutando de um dos ambientes mais bonitos e conservados do estado do Rio Grande do Sul. Dependendo dos acontecimentos futuros, da instalação ou não da mineradora, poderá ser uma das últimas vezes que desfrutamos deste rio em seu estado ainda quase intocado.

Qual a principal motivação para não instalação da mineradora?

A atividade mineradora nunca será 100% segura, visto o caso da Barragem de Mariana, onde o rio demorará muitos anos para se recuperar. Sendo assim, o Rio Camaquã e a Lagoa dos Patos, bem como todas as pessoas que vivem em suas margens (são 26 municípios e dezenas de povoados), as espécies que habitam em suas águas estarão em constante perigo. Será que existe realmente necessidade de colocar em risco todo esse patrimônio natural? O futuro do Rio vale muito mais que o dinheiro extraído com a mineração! SALVEM O RIO CAMAQUÃ!.

Redação de Jornalismo

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