Trabalho prisional impulsiona ressocialização de 200 apenados em Ijuí

Cerca de 200 apenados da Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (PMEI) estão apostando no trabalho como uma forma de ressocialização e reintegração à sociedade. A unidade prisional, referência na região, oferece uma série de atividades laborais que não apenas ocupam o tempo dos detentos, mas também proporcionam a eles uma nova perspectiva de vida:

“A importância do trabalho está ligada à dignidade. Vou sair daqui de cabeça erguida, de volta para a sociedade, e aproveitar a oportunidade que nos deram”, afirma Artur*, um dos detentos que atuam na marcenaria.

O trabalho prisional é um dos pilares do tratamento penal e está previsto na Lei de Execução Penal (LEP). Ele integra um conjunto de iniciativas voltadas à ressocialização dos apenados e à prevenção do crime, além de ser uma forma de promover o retorno à vida em sociedade. Darlen Bugs, diretora da PMEI, destaca a relevância desse projeto:

Publicidade

“O trabalho prisional é um dispositivo de reinserção social e contribui muito para que essas pessoas possam ter uma nova vida pós-prisão. É algo que sempre vamos fomentar e buscar cada vez mais”, destaca.

As atividades laborais realizadas na PMEI incluem a produção de bolas de futebol, costura de sacos e aventais descartáveis, confecção de interruptores elétricos, marcenaria e padaria. Além disso, há funções internas, como limpeza e manutenção, realizadas por detentos que não recebem remuneração. Para os que participam das atividades remuneradas, a Lei de Execução Penal garante o direito à remição de pena, reduzindo um dia para cada três trabalhados.

Artur, que está preso há quatro anos, relata que o trabalho na marcenaria foi uma oportunidade de recomeçar:

“Estou aqui pagando pelo erro que cometi, mas o trabalho me dá uma chance de ajudar minha família e me manter longe do crime. Quando eu sair, quero que meus filhos sintam orgulho de mim”, conta. Além do trabalho, ele também retomou os estudos e atualmente cursa Logística no ensino superior, outra ferramenta importante para a ressocialização.

A PMEI mantém parcerias com empresas para remunerar os detentos que trabalham. Atualmente, cerca de 80 apenados recebem salário, com valores que variam de 75% a 120% do salário mínimo, dependendo das metas de produção:

“O trabalho é mais que uma oportunidade de desenvolver habilidades, é uma forma de resgatar a autoestima”, ressalta Luiz Henrique Viana, secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo.

O uso da mão de obra prisional tem se expandido no Rio Grande do Sul, com o objetivo de incluir socialmente os apenados e promover sua reintegração à sociedade. Hoje, mais de 12 mil detentos trabalham no estado, sendo 4.101 remunerados, demonstrando que o trabalho prisional pode ser um caminho eficaz para romper o ciclo da criminalidade.

*Nome fictício para preservar a identidade do apenado.

Imagens do trabalho desenvolvido por apenados em Ijuí

Foto: Reprodução/ João Pedro Rodrigues/Ascom SSPS
Foto: Reprodução/ João Pedro Rodrigues/Ascom SSPS

 

 

Bruno Bonilha

Comunicador na Rádio Acústica FM.

Recent Posts

Hoje na história: 01 de maio – Primeira aparição de Bob Esponja

Acompanhe os fatos que marcaram o dia de hoje na história

6 horas ago

Fumaça preta causada por queima irregular de lixo assusta moradores em Camaquã

O incêndio foi registrado no final da tarde desta quarta-feira (30)

12 horas ago

Açougue é interditado por falta de higiene em Sentinela do Sul

Ao todo, 1,5 tonelada de alimentos impróprios foram apreendidos durante as fiscalizações realizadas em três…

13 horas ago

Agências bancárias estarão fechadas no feriado pelo Dia do Trabalho

Na sexta-feira (02), o atendimento ao público segue normalmente

15 horas ago

Saiba quais são as regras para trabalhar no feriado de 1º de maio

Confira o que diz a Lei e como proceder em caso de irregularidades

15 horas ago

This website uses cookies.