O Rio Grande do Sul está em alerta com o aumento de casos de doenças respiratórias, principalmente entre crianças e idosos. A síndrome respiratória aguda grave lidera as internações, incluindo também casos de COVID-19. Em Porto Alegre, já são 547 hospitalizações registradas.
Com a chegada do inverno, os termômetros caem e as emergências lotam. O cenário preocupa autoridades e sobrecarrega os serviços de saúde.
Hospitais da capital chegam a 300% de lotação
Porto Alegre vive um colapso no atendimento. Algumas emergências chegaram a operar com 300% de ocupação. Para tentar aliviar a pressão, a prefeitura iniciou a Operação Inverno. A ação prevê a abertura de 100 novos leitos e a contratação emergencial de profissionais da saúde.
O problema, no entanto, vai além da capital. Com dificuldades em seus próprios municípios, pacientes de várias regiões buscam atendimento em Porto Alegre.
Canoas, por exemplo, ainda sente os efeitos da enchente de 2024, que forçou o fechamento do Hospital de Pronto-Socorro da cidade. A unidade, com mais de cem leitos, segue sem previsão de reabertura.
A secretária estadual de saúde, Arita Bergmann, disse que o governo está em diálogo com a prefeitura da cidade para buscar alternativas e novos recursos para ampliar o atendimento.
Decreto de emergência
Diante do agravamento da situação, a prefeitura de Porto Alegre deve decretar emergência em saúde pública nos próximos dias. A medida vai permitir acelerar contratações e compras, além de reorganizar os serviços.
Segundo Ritter, o quadro atual é resultado de vários fatores: envelhecimento da população, perda de poder aquisitivo, menos pessoas com plano de saúde e a crise do IPÊ Saúde. Ele também cita o enfraquecimento da rede em cidades próximas.
Para tentar recuperar parte dos custos, a prefeitura elabora um estudo para cobrar dos planos de saúde os atendimentos realizados pelo SUS. “A prioridade seguirá sendo a gravidade do caso. Mas acreditamos que quem tem plano de saúde e é atendido pelo SUS deve gerar ressarcimento ao poder público”, reforça o secretário.