O governo do Rio Grande do Sul declarou estado de emergência em saúde animal por 60 dias. A decisão veio após a confirmação de focos de gripe aviária em diferentes regiões do estado. O decreto foi publicado no Diário Oficial nesta segunda-feira.
A medida vale para 12 municípios: Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão.
A situação mais crítica ocorre em Montenegro, no Vale do Caí. Lá, o vírus H5N1 foi detectado em uma granja de aves de reprodução. Casos também foram registrados em animais silvestres de um zoológico em Sapucaia do Sul.
Ações emergenciais
Com o decreto, o estado busca acelerar o combate à doença. O texto prevê a liberação mais ágil de recursos e a compra de equipamentos, além de facilitar processos legais.
Segundo o governo, o objetivo é garantir resposta rápida e evitar que a gripe aviária se espalhe para outras regiões. A influenza aviária é causada por vírus do tipo influenza A. Ela afeta principalmente aves e, em casos raros, pode atingir mamíferos, incluindo humanos.
O subtipo H5N1, detectado no RS, é considerado de alta patogenicidade. Isso significa que ele tem grande capacidade de causar infecção e morte entre as aves.
Doença avança rápido entre aves
A gripe aviária é altamente contagiosa. Em muitas situações, provoca morte súbita nas aves. Outros sintomas incluem inchaço, hemorragias, secreção nasal e queda na produção de ovos.
A transmissão entre humanos ainda é rara. De acordo com a OMS, o risco de contágio para pessoas é baixo. A entidade informou que, por enquanto, não há transmissão sustentada entre humanos. Mesmo assim, pesquisadores seguem monitorando a situação. Há estudos em andamento para desenvolver vacinas contra o vírus.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da doença é feito por exames do tipo RT-PCR. Eles detectam a presença do vírus em secreções respiratórias. O teste deve ser realizado principalmente em pessoas com sintomas e histórico de contato com aves doentes.
O tratamento é voltado para o alívio dos sintomas. Em casos graves, pode incluir antivirais e suporte respiratório com ventilação mecânica.
Consumo de carne e ovos segue seguro
Apesar do surto, o consumo de carne de frango e ovos segue seguro. A informação é do Ministério da Agricultura, que reforça: o vírus não é transmitido por meio de alimentos inspecionados e preparados corretamente.
O maior risco está no contato direto com animais doentes. Por isso, a recomendação é não tocar em aves mortas ou com sinais de infecção.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) afirma que o surto no estado está sendo monitorado. O Brasil já conta com um plano de contingência contra a gripe aviária desde os anos 2000. Esse plano inclui treinamento de equipes, vigilância permanente e ações coordenadas com organismos internacionais.