A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou a denúncia contra Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, acusada de matar as duas filhas gêmeas, de apenas 6 anos, em outubro do ano passado, na cidade de Igrejinha. Os crimes, cometidos com diferença de apenas oito dias, chocaram o país pela brutalidade.
Com a decisão tomada em janeiro, Gisele se tornou ré por duplo feminicídio. Segundo o Ministério Público, a mulher teria provocado a morte das filhas com métodos semelhantes e cruéis, deixando ambas sangrando na cama.
Morte em sequência
Manoela Pereira foi a primeira a apresentar sintomas. Durante a madrugada de 7 de outubro, ela passou mal enquanto dormia. Foi levada ao hospital, mas não resistiu. Oito dias depois, em 15 de outubro, a irmã Antônia também morreu após sofrer uma parada respiratória.
De acordo com o laudo médico, Manoela teve insuficiência respiratória e hemorragia pulmonar, resultado de uma asfixia causada por sangue nos pulmões. Já Antônia apresentava sangramento intenso pela traqueia, levantando suspeita de envenenamento, possivelmente com veneno para rato.
Ciúmes do companheiro
O promotor Evandro Lobato Kaltbach sustenta que Gisele teria envenenado as meninas por ciúmes do atual companheiro. Segundo ele, a mãe usou alguma substância tóxica, ainda não identificada, para provocar as mortes. A motivação estaria relacionada a um quadro de ciúmes doentio.
A prisão preventiva da mulher foi decretada em dezembro, após o fim do inquérito da Polícia Civil de Igrejinha. Antes disso, ela já estava detida em prisão temporária.
Investigação aponta frieza
Responsável pelo caso, o delegado Ivanir Caliari afirmou que a mãe apresentava uma “conduta perversa”, segundo relataram pessoas próximas da família. Depoimentos indicam que Gisele demonstrava carinho apenas pelo filho mais velho, Michel Júnior, que morreu em 2022. Com as gêmeas, era distante e indiferente.
Outro ponto grave levantado pelo delegado é que Gisele teria acusado falsamente o pai das meninas de abuso sexual. A denúncia foi investigada e arquivada. Segundo a polícia, ela admitiu ter inventado a história para conseguir a guarda exclusiva das filhas. Agora, com a acusação formalizada, o caso segue para a fase de instrução no Judiciário gaúcho.