Pesquisadores do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) criaram um aplicativo que está a ser utilizado por equipes sanitárias em Montenegro para mapear e monitorizar propriedades rurais no combate à gripe aviária.
O aplicativo permite o acompanhamento em tempo real de mais de 500 propriedades rurais num raio de 10 quilômetros da granja infectada. As propriedades são sinalizadas com cores: vermelho para locais ainda não visitados e verde para os já inspecionados, facilitando a gestão estratégica das ações em campo.
Ferramenta já utilizada em surtos anteriores
Esta não é a primeira vez que o aplicativo é utilizado. No ano anterior, foi empregado no controle do vírus de Newcastle na mesma região. Com a atual situação da gripe aviária, a tecnologia está sendo aprimorada com atualizações baseadas no feedback das equipes em campo.
O desenvolvimento do software contou com a colaboração da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e o apoio de uma equipe especializada em estatística epidemiológica. Essa parceria internacional tem contribuído para uma melhor compreensão da propagação da doença e para o aprimoramento das estratégias de controle.
Medidas adicionais de controle
Além da utilização do aplicativo, o governo do Rio Grande do Sul instalou sete barreiras sanitárias para controlar o foco de gripe aviária H5N1 na granja comercial de Montenegro. A cidade encontra-se em estado de emergência zoossanitária, decretado pelo Ministério da Agricultura.
As inspeções continuam em propriedades rurais da região, e mais da metade das 510 propriedades na área de vigilância já foram vistoriadas. O governo também determinou a destruição de ovos de incubação fornecidos pela granja, que haviam sido enviados para Minas Gerais, Paraná e outras regiões do próprio Rio Grande do Sul.
O Ministério da Agricultura reforça que não existe risco no consumo de carne ou ovos, pois a gripe aviária não é transmitida pelo consumo desses alimentos. As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária ocorrem principalmente por meio do contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas.