Nos últimos anos, a relação entre o que comemos e nossa saúde tem ganhado força nas pesquisas. A preocupação vai além do peso na balança ou das doenças crônicas mais conhecidas.
Estudos mostram que a dieta moderna, repleta de ultraprocessados, pode aumentar o risco de câncer. E essa relação não é tão distante quanto parece.
O que são ultraprocessados?
Os ultraprocessados são alimentos produzidos pela indústria com cinco ou mais ingredientes. Eles contêm corantes, aromatizantes artificiais, conservantes e óleos hidrogenados.
Refrigerantes, embutidos como presunto e salsicha, salgadinhos, bolachas recheadas, pratos congelados e cereais matinais adoçados estão nessa lista. Produtos que ocupam espaço nas prateleiras dos supermercados, mas que pouco oferecem de valor nutricional. Esses alimentos têm alto índice glicêmico e baixo teor de nutrientes. Características que aumentam o risco de obesidade, diabetes e, claro, câncer.
O alerta da ciência
Em 2023, a revista The Lancet publicou um estudo com mais de 266 mil pessoas em sete países. A pesquisa mostrou que um aumento de 10% no consumo de ultraprocessados já eleva em 2% o risco de câncer. O perigo envolve tumores de mama, ovário, intestino e outros.
Alguns especialistas dizem que ainda faltam mais estudos. Mas o princípio é claro, como já acontece com o cigarro e o álcool: quanto menor o consumo, menor o risco.
Um problema coletivo
Reduzir o consumo de ultraprocessados não faz bem só para quem muda a dieta. É um investimento na saúde pública. Uma alimentação mais equilibrada pode diminuir a incidência de câncer e aliviar a sobrecarga no sistema de saúde.
Para isso, são necessárias políticas firmes: campanhas educativas, incentivo ao consumo de alimentos naturais, impostos sobre ultraprocessados e subsídios para produtos saudáveis.
Hoje, em muitos países, os ultraprocessados já somam mais da metade das calorias consumidas. Mudar esse cenário é urgente. Cada escolha na hora da compra pesa na saúde individual e coletiva. E cada decisão de políticas públicas pode ajudar a prevenir doenças e salvar vidas. Alimentação saudável nas escolas, por exemplo, seria um ótimo começo.