Nem sempre a conta de luz cabe no orçamento. Em muitos lares, o valor pago mensalmente compromete o que sobra para comida, transporte e outros itens básicos. Por isso, qualquer mudança nas regras desse serviço essencial chama a atenção de milhões de brasileiros.
Com o passar dos anos, o Governo Federal tenta criar formas de aliviar esse peso no bolso da população. Algumas iniciativas ajudaram, mas ainda deixaram muita gente de fora. Agora, uma nova proposta surge com a promessa de garantir energia gratuita ou com desconto para milhões de famílias de baixa renda.
Fim da conta de luz? Entenda como funciona a nova proposta de Lula
O anúncio feito pelo presidente Lula, por meio de uma Medida Provisória, visa ampliar a Tarifa Social de Energia Elétrica. O projeto deve beneficiar cerca de 115 milhões de brasileiros, garantindo descontos na conta ou até mesmo isenção total.
O programa abrange não apenas quem está inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), mas também beneficiários do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e comunidades indígenas e quilombolas.
Quem terá direito à conta de luz gratuita?
O benefício contempla famílias que:
- Têm renda per capita de até meio salário mínimo;
- Estão inscritas no CadÚnico;
- Recebem Bolsa Família ou BPC;
- Fazem parte de comunidades indígenas e quilombolas.
Critérios para isenção total e descontos
- Consumo de até 80 kWh mensais garante conta de luz zerada.
- Acima de 80 kWh e até 120 kWh, há um desconto proporcional, de até 12%.
- Famílias com renda entre meio e um salário mínimo per capita também terão direito a descontos, mesmo sem atingir a faixa de gratuidade total.
Quando começa a valer?
A expectativa é que a nova regra entre em vigor dentro de 45 dias, ou seja, no início de julho de 2025. A Medida Provisória tem efeito imediato, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional no prazo de até 120 dias.
Durante esse período, o texto poderá ser alterado, ajustado ou até rejeitado, mas os benefícios já começam a valer.
Quem vai pagar a conta?
Para que o benefício não impacte o orçamento público, o Governo adotou um modelo de redistribuição dentro do próprio setor elétrico:
- Famílias de alta renda e grandes consumidores terão um pequeno aumento na tarifa;
- Empresas com consumo elevado também participarão do custeio;
- O setor de energia repassará parte dos custos para consumidores fora do perfil de baixa renda.
O custo estimado do programa é de R$ 3,6 bilhões por ano, sem afetar investimentos em saúde, educação ou outros setores sociais.
O programa representa um avanço social significativo, trazendo mais dignidade e oportunidades para milhões de famílias que muitas vezes precisam escolher entre pagar a conta de luz ou garantir a comida na mesa. Além do alívio imediato, a abertura do mercado promete um futuro mais competitivo e sustentável para o setor elétrico no Brasil.