A China deu mais um passo rumo ao protagonismo na exploração espacial. No dia 28 de maio, foi lançada a sonda Tianwen-2, sua primeira missão voltada à coleta de amostras de um asteroide. Dias depois, uma imagem surpreendente foi divulgada ao público.
Na sexta-feira, 6 de junho, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) apresentou a primeira imagem real da missão. Até então, só haviam sido exibidas ilustrações digitais. A foto, captada por uma câmera de engenharia a bordo da nave, mostra um de seus painéis solares circulares.
O design desses painéis lembra o da missão Lucy, da NASA, lançada em 2021 para estudar asteroides ligados a Júpiter. Segundo a CNSA, a sonda opera normalmente a mais de 3 milhões de quilômetros da Terra.
Asteroide pode ser fragmento da Lua
O alvo da Tianwen-2 é o asteroide 469219 Kamoʻoalewa, um corpo celeste com até 100 metros de diâmetro que orbita próximo da Terra. Pela trajetória incomum, alguns cientistas da NASA suspeitam que ele possa ser, na verdade, um pedaço da própria Lua.
A nave deve chegar ao asteroide em julho de 2026. A previsão é de que as amostras coletadas retornem à Terra em novembro de 2027.
Missão terá uma segunda etapa
E a jornada não para por aí. Depois de entregar o material, a sonda usará a gravidade da Terra para seguir viagem até o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Lá, estudará o cometa 311P/PANSTARRS por cerca de seis anos.
Essa estratégia torna a Tianwen-2 uma das missões mais ambiciosas da história chinesa no espaço.
China se destaca na corrida espacial
Apesar de ser a primeira missão chinesa com o objetivo específico de coletar material de um asteroide, o país já tem histórico nesse tipo de empreitada. Em 2012, a sonda Chang’e 2 sobrevoou o asteroide Toutatis. E, nos anos seguintes, a China trouxe amostras da Lua com as missões Chang’e 5 e Chang’e 6 — essa última, realizada no lado oculto do satélite, em 2024.
A Tianwen-2 marca a segunda missão planetária da China. A primeira, em 2020, chegou a Marte com sucesso, levando o orbitador Tianwen-1 e o rover Zhurong, ambos ainda em operação.
Planos ainda mais ousados pela frente
Nos próximos anos, a China pretende lançar outras missões de grande porte. A Tianwen-3 quer trazer material do solo de Marte já em 2028. Já a Tianwen-4, prevista para 2030, mira nas luas de Júpiter e incluirá até um sobrevoo por Urano.
Se tudo correr como planejado, a China poderá se tornar o terceiro país do mundo a trazer amostras de um asteroide para a Terra — feito conquistado apenas por Japão e Estados Unidos até agora.
