O mês de abril de 2025 marcou um recorde no Rio Grande do Sul. Os índices de criminalidade foram os mais baixos desde o início da série histórica, em 2010.
Comparado a abril de 2024, o estado registrou uma redução de 67% nos casos de latrocínio, queda de 33% nos homicídios dolosos e diminuição de 20% nos crimes violentos letais intencionais. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) e abrangem todo o mês.
Feminicídios sob atenção
A única alta foi nos casos de feminicídio. Esses números vinham em queda até um aumento pontual durante o feriado prolongado da Páscoa e Tiradentes, quando dez mulheres foram assassinadas em apenas quatro dias, um cenário atípico para a pasta.
O feminicídio é um desafio complexo, pois ocorre dentro do ambiente familiar, “entre quatro paredes”, muitas vezes sem denúncias prévias ou medidas protetivas em vigor.
Novas ações para proteger as mulheres
Para enfrentar o problema, a SSP acelera uma série de medidas que já estavam em desenvolvimento. No dia 19 de abril, foi assinado um termo de cooperação com a Secretaria de Saúde para troca de informações sobre atendimentos a mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência.
Essa parceria facilita a identificação de casos não reportados à Polícia Civil ou à Brigada Militar, já que muitas vítimas buscam ajuda apenas na rede de saúde, seja por medo ou necessidade.
Ferramenta online e reforço no atendimento
No dia 24 de abril, o RS lançou uma plataforma online para registro de violência doméstica e pedido de Medida Protetiva de Urgência (MPU), que antes precisava ser feita presencialmente. A medida visa combater o fato de que 90% dos feminicídios no estado não tinham registro prévio.
Hoje, a Polícia Civil conta com 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs) e 91 Salas das Margaridas, espaços de acolhimento às vítimas. A Patrulha Maria da Penha atua em 114 municípios, acompanhando mulheres com MPU.