Nesta sexta-feira, 16 de maio, a Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP/RS) realiza um ato para cobrar reajuste salarial e defender o IPE Saúde. A concentração começa às 9h, em frente ao prédio do IPE, com caminhada até o Palácio Piratini.
Os servidores reivindicam uma reposição de 12,14% nos salários e alertam para o desmonte do IPE Saúde, que atende cerca de 1 milhão de pessoas. Nos últimos anos, o instituto perdeu profissionais e viu seus serviços se precarizarem. Hospitais como Santa Casa e Ernesto Dornelles ameaçam encerrar os atendimentos.
A decisão de ir às ruas foi tomada em reunião no Cpers, com presença de 25 entidades. A presidente do sindicato, Rosane Zan, criticou o governo de Eduardo Leite. Segundo ela, a defasagem salarial desde 2014 já ultrapassa 70%. “Seguimos sendo ignoradas e ignorados, mesmo mantendo a educação e a saúde funcionando”, afirmou.
De acordo com o Dieese, o reajuste de 12,14% está dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para Rosane, lutar pela valorização dos servidores é defender o bem-estar da população. “Vamos ocupar as ruas e exigir respeito”, disse.
Aposentados ainda mais penalizados
A situação dos aposentados também preocupa. Desde 2022, apenas uma reposição de 6% foi concedida. No entanto, os aposentados acumulam uma defasagem de até 80%, com perdas agravadas pelas mudanças na Previdência. Nesse mesmo período, alimentos e remédios tiveram aumentos acima de 90%.
Em fevereiro, foi aprovado um reajuste de 6,27% para os professores estaduais. Mas nem todos foram beneficiados. Cerca de 25% dos aposentados ficaram de fora do reajuste total, por conta da “parcela de irredutibilidade” criada com a reforma do magistério em 2020
O presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, afirmou que o sentimento entre os servidores é de indignação. O sindicato já havia feito um protesto em abril na Praça da Matriz. Para ele, a crise no IPE Saúde é um reflexo da crise salarial.
A UGEIRM, sindicato da Polícia Civil, também confirmou presença no ato. O vice-presidente, Fábio Nunes Castro, criticou a falta de valorização da categoria. “Desde 2015, o salário não acompanha nem a inflação”, lamentou.