O presidente da Câmara de Vereadores de Vacaria, Edimar Biazzi (PL), foi indiciado nesta quarta-feira (28) pela Polícia Civil por prática de homofobia contra o governador Eduardo Leite (PSD).
O relatório foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do RS, cabendo agora ao Ministério Público decidir se apresentará denúncia formal ou pedirá o arquivamento do caso.
Declaração polêmica em sessão ao vivo
A investigação teve origem em uma declaração do vereador no dia 1º de abril de 2025, durante sessão transmitida ao vivo pela Câmara. Na ocasião, ao falar sobre liberdade de expressão, Biazzi afirmou que poderia chamar o governador de “veado sem problema nenhum”. Eduardo Leite é assumidamente gay e casado com o médico Thalis Bolzan.
Polícia aponta excesso e quebra da imunidade
Segundo o delegado Vinícius Nahan, que conduz o inquérito, a fala de Biazzi ultrapassou os limites da imunidade parlamentar, ofendendo diretamente o governador com termos discriminatórios. “A imunidade parlamentar protege a livre manifestação do mandato, mas não dá cobertura para declarações preconceituosas”, destacou o delegado.
A investigação se baseia em entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que equipara crimes de homofobia e transfobia ao racismo. De acordo com o delegado, a ofensa de Biazzi não tinha relação com críticas políticas ou posicionamentos sobre o governo, configurando discurso discriminatório.
Até o momento, nem o governador Eduardo Leite nem a defesa do vereador se manifestaram sobre o indiciamento. O próximo passo será a análise do Ministério Público, que decidirá sobre o prosseguimento do caso.