O figo, uma das frutas mais antigas cultivadas no mundo, guarda um segredo que muita gente não conhece. Grande parte deles contém restos de vespas, resultado de um processo natural de polinização.
Na verdade, o figo não é uma fruta comum, mas sim uma inflorescência invertida chamada sicônio. Ele só consegue ser polinizado com a ajuda de uma espécie específica de vespa.
Funciona assim:
- A vespa fêmea entra no figo por um orifício microscópico, perdendo as asas no caminho.
- Ela deposita os ovos e morre dentro do figo.
- As larvas crescem e os machos, sem asas, fertilizam as fêmeas.
- As novas fêmeas saem carregadas de pólen e seguem para outros figos.
No Brasil, o figo roxo pode passar por esse processo, mas existem variedades que amadurecem sem depender das vespas.
Você realmente come insetos?
A resposta é: não exatamente. Os figos comerciais, que encontramos nas feiras e mercados, contêm uma enzima chamada ficina. Ela dissolve completamente o corpo da vespa antes de chegar ao consumidor.
Veja a diferença:
- Figos comerciais (comuns): as enzimas quebram a vespa e não sobra nada.
- Figos selvagens: podem conter pedaços visíveis do inseto.
Uma relação que vem de longe
A relação entre figueiras e vespas existe há cerca de 80 milhões de anos. São mais de 750 espécies de figueiras, cada uma com sua vespa específica. Sem elas, as figueiras não se reproduziriam naturalmente.
Pode parecer estranho no começo, mas é um processo natural e seguro. Na próxima vez que você comer um figo, lembre que está consumindo o resultado de uma das parcerias mais fascinantes da natureza!