O Governo do Estado e a empresa Alstom assinaram, nesta segunda-feira (1º), um protocolo de intenções para a instalação no Rio Grande do Sul de sua primeira fábrica de torres para aerogeradores da América Latina. A multinacional francesa iniciará a produção de torres metálicas em Canoas, ao lado da planta do setor Grid da Alstom, já presente na cidade há mais de 50 anos como parte dos negócios da área de transmissão de energia da empresa no Brasil.
A fábrica terá uma capacidade instalada para produção de 120 torres por ano, o que representa cerca de 350 MW. O investimento inicial é de aproximadamente R$ 30 milhões. A planta tem início de produção prevista para o primeiro semestre de 2013. Com 11 mil metros quadrados de área construída, as instalações vão empregar 90 pessoas, sendo 80% da mão de obra local. A estimativa é gerar 250 vagas indiretas com a criação da unidade industrial.
O secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik, destacou que o Rio Grande do Sul conta com 11 parques eólicos e reúne condições atrativas para o estabelecimento de empresas fabricantes de máquinas e equipamentos e prestadoras de serviços especializados de toda a cadeia produtiva. “O potencial eólico do RS, em terra firme, é de 15,8 GW (o que corresponde a 105 parques eólicos do porte do que já foi instalado em Osório). Portanto, há um cenário bastante promissor para atrair empreendimentos deste segmento, estratégico dentro da Política Industrial do Estado”, avaliou.
Knijnik destacou, ainda, que o investimento estava sendo disputado por diversos Estados brasileiros, principalmente do Nordeste, onde a companhia também mantém operações. “Ficará em terras gaúchas a segunda unidade de produção de equipamentos eólicos da Alstom no país, o que sinaliza o potencial competitivo do Rio Grande do Sul e reforça a nossa convicção de que há grandes perspectivas para o desenvolvimento do setor, com empregos qualificados e ampliação do conteúdo tecnológico”, concluiu.
Já o secretário de Infraestrutura e Logística (Seinfra), Beto Albuquerque, ressaltou o acerto do governo Tarso Genro em priorizar o setor dentro de sua estratégia de desenvolvimento. “O RS caminha, no curto prazo, para ser o número um no país em investimentos na área de energia eólica”, afirmou ao dar boas vindas à empresa. Beto ainda brincou que aqui no Sul há um novo ditado. “No Rio Grande, quem planta vento colhe prosperidade.”
De acordo com o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa, a escolha se deve ao potencial eólico do RS, à logística com os países vizinhos do Conesul e à qualificada mão de obra disponível no Estado. “A unidade, devido à sua posição geográfica estratégica, também vai exportar para outros países da América Latina, atendendo os mercados do Uruguai, Chile e Argentina, por exemplo”. Costa revelou que o novo empreendimento já conta com encomendas para o mercado nacional. “As torres necessárias para completar o contrato para o complexo eólico Corredor do Senandes (no município de Rio Grande) assinado com a Odebrecht Energia este ano, serão produzidas nessa nova planta”, revelou. O empreendimento terá 40 aerogeradores da Alstom. O contrato é de 130 milhões de euros.
Segundo o executivo, os próximos passos agora serão o treinamento de mão de obra junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a obtenção das licenças restantes para a implantação do projeto.
Participaram ainda da cerimônia, o secretário estadual da Fazenda, Odir Tonollier, o diretor-geral de Wind da Alstom América Latina, Pierre François Chenevier, o diretor de Infraestrutura e Energia da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marco Franceschi, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Canoas, Eltamar Salvadori e o gerente do Parque Canoas Inovação, Jerson Cunha.