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Suspeita de raiva em São Lourenço do Sul

A suspeita de foco de raiva no município surgiu a partir da morte de um bovino e a presença dos sintomas semelhantes em outro. Os casos foram registrados em uma propriedade localizada na divisa com o município de Cristal, às margens do rio Camaquã.

A Unidade de Defesa Agropecuária de São Lourenço do Sul informou à Coordenadoria Regional que aguarda a morte natural do animal para acionar o Núcleo de Controle da Raiva, já que a primeira morte, registrada na sexta-feira, 31 de julho, não teve confirmação.

Para que isso proceda, a coleta de material proveniente do cérebro do animal deve ser feita logo após o óbito, em até 48 horas, e enviado para o laboratório oficial do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), localizado em Eldorado do Sul.

Segundo a chefe da Inspetoria de Cristal, Vânia Dutra, a orientação é de que o produtor nunca deixe de vacinar seus animais. “O que acontece é que os produtores deixam de vacinar e só retornam quando há novos casos”, conta Vânia.

A raiva é uma encefalite aguda viral transmitida através da mordedura de animais doentes e portadores. Uma das piores características desta doença é que quando apresenta sinais, o animal tem poucas chances de recuperação e se encaminha para um quadro neurológico fatal.

A imunização é anual e evita o contágio de animais de criação e domésticos, com reação em 21 dias após a aplicação. O controle do transmissor, geralmente morcego hematófago, é feito em pontos habituais na região como cavernas ou casas abandonadas. A cada novo caso é feito o combate em um raio de cinco quilômetros do foco.

Por ser uma zoonose, transmissível para humanos, devem se observar os sintomas e evitar contato com a saliva do animal. O consumo da carne, mesmo que no início do contágio, quando ainda não identificada, não é aconselhável, mas não transmite a doença. Por isso a importância da vacinação e de consumir carnes com cerificação.

Pode-se, ainda, ocorrer a transmissão acidental através da utilização de vacinas vivas e durante a necropsia de animais afetados pela doença. Por isso a coleta de material deve ser feita por equipe especializada encontrada nas inspetorias de Defesa Agropecuária.

Nos bovinos a forma clínica mais comum é a raiva paralítica, entretanto, podem ocorrer casos de raiva furiosa. Nos casos de suspeita clínica de raiva, não se deve matar o animal, e sim aguardar a evolução natural do quadro e colher material após a morte. Somente o exame laboratorial pode definir o diagnóstico. No Brasil, estima-se que a raiva seja responsável pela morte de cerca de 50 mil bovinos por ano.