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Fraude

Jogadores eram submetidos a condições precárias de trabalho e corrompidos em esquema de manipulação de partidas, aponta Polícia

Durante esta quarta-feira, a Polícia Civil deflagrou a operação Bet que investiga a combinação de resultados em jogos do Campeonato Gaúcho
Foto :PCRS
Foto :PCRS

Há seis meses a Polícia Civil investiga um esquema de manipulação de resultados de partidas esportivas em sites de apostas durante competições amadoras e profissionais do Campeonato Gaúcho. 

Durante esta quarta-feira, em outra etapa da apuração, a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) deflagrou a operação Bet. A ofensiva buscou elementos de prova contra grupo de empresários, investidores, integrantes de comissão técnica, dirigentes e ex-jogadores com suspeita de associação criminosa para manipulação dos resultados de partidas e para obtenção de vantagens econômicas. 

Houve o cumprimento de 20 ordens judiciais em  Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa e Nova Prata. Documentos, mídias, telefones celulares, computadores, notebooks foram recolhidos. O que mais chamou atenção da polícia durante a apuração foi a precariedade de instalações dos clubes que cooptavam jogadores. 

“Especificamente em relação a esse desdobramento atual identificamos uma situação de precariedade no acolhimento em relação aos atletas por parte de alguns clubes na investigação. Houve situações em que eles não encontravam um alojamento digno, alimentação não era ideal, não havia um suporte da entidade em relação aos jogadores. Entendemos então como sendo um ambiente propício para o tipo de prática que a gente está investigando. Tu deixa o atleta numa situação de extrema vulnerabilidade e depois propõe que ele se corrompa e participe desses esquemas de simulação”, destacou o delegado Gabriel Bicca, que coordena os trabalhos da ofensiva.

Ainda conforme Bicca, existe inclusive a suspeita também de envolvimento em competições em outros estados, como Santa Catarina. 

A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, apontou também que está comprovada a presença de membros de facções criminosas nas quadrilhas que agiam no esporte. Essas pessoas eram responsáveis pelas ameaças e pelas cotações aos jogadores.

A operação Bet contou com a atuação de 25 agentes em seis viaturas. A mobilização teve apoio ainda da DP de Nova Prata, Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Pelotas e do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal.