O governo do Estado anunciou nesta terça-feira (19) a criação de um programa voltado ao segmento de Semicondutores. Segundo o Piratini, a intenção é investir R$ 70 milhões de reais no setor até 2026.
Conhecidos popularmente como Chips, esses dispositivos são utilizados em larga escala na fabricação de componentes eletrônicos, de celulares a automóveis. Também são empregados em diversos outros setores, como a saúde e o agronegócio
As ações propostas incluem o lançamento de sete editais que somam R$ 59 milhões. Dois são especificamente voltados ao programa Semicondutores no RS. O primeiro deles, de 3 milhões, foi lançado nesta terça-feira e prioriza a capacitação de projetistas de circuitos integrados. Outro edital no valor de R$ 6 milhões para fomentar a conexão entre universidades e o mercado está previsto para ser lançado em breve.
Somados a outras ações em inovação, ciência e tecnologia, o montante global disponibilizado pelo Estado, com recursos do Tesouro, é de R$ 74,7 milhões.
Um estudo encabeçado pela secretaria de Ciência e tecnologia diagnosticou pontos a serem trabalhados e ajudou a desenhar editais que contemplassem essas cadeias. Entre os principais focos, estão a capacitação de pessoas e a atração de profissionais de alta competência para o Rio Grande do Sul.
“Esse edital lançado agora busca uma qualificação rápida de engenheiros já formados ou engenheiros que estejam no seu último semestre de formação em áreas relacionados ao segmento de semicondutores como por exemplo engenharia elétrica, microeletrônica, dentre outros. Nós faremos esta formação de quatro meses via convênio com as universidades que concorrerem ao edital e teremos microestágios ocorrendo durante este processo para que este profissional após estes seis meses do projeto, possa estar apto para atuar no dia seguinte nestas empresas.” ressaltou a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp.
Em entrevista coletiva, o governador Eduardo Leite analisou como uma volta do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), que está na iminência de retomar suas atividades, pode repercutir no mercado de semicondutores. A estatal federal de chips teve o seu processo de liquidação suspenso após recomendação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação para a sua retomada.
“Sobre a vocação que o Estado tem para o segmento de semicondutores é inegável que o Ceitec teve contribuição. Pode até ser de acordo com a visão que o Governo Federal tenha. Então, que união tenha disposição de financiar o funcionamento para que a empresa volte a ter uma presença mais robusta dentro dessa nossa estratégia, que não se resume a essa questão(do Ceitec), mas sem dúvida, é algo que colabora dentro do objetivo de tornar o Rio Grande do Sul referência nacional e internacional na produção de semicondutores”, destacou Leite.
Editais ICT&T
O edital, lançado em 6 de setembro, prevê investimento de R$ 3 milhões em projetos de implementação de capacitação técnica, em nível de extensão universitária, com disponibilização de bolsas auxílio capacitação para a formação de mão de obra qualificada no setor de microeletrônica. O objetivo é fornecer aos participantes habilidades e conhecimentos necessários para atender às demandas do mercado de semicondutores.
Techfuturo Semicondutores
O edital será lançado em breve pela Sict e pela Fapergs com foco em pesquisa, tecnologia e inovação em semicondutores. Serão investidos R$ 6 milhões em design, materiais e dispositivos de semicondutores. Serão apoiados até três projetos para formação de redes de alto nível de competitividade científica e tecnológica, integrando pesquisadores de universidades, empresas e startups.
Assim como nos editais anteriores elaborados no âmbito do Programa Avançar, que permitiram a constituição de amplas redes de excelência para pesquisa e inovação nas diferentes áreas estratégicas para o Estado, o novo programa para semicondutores irá impulsionar a presença do Rio Grande do Sul no cenário de inovação pela união entre especialistas da academia e do setor empresarial em torno da resolução de desafios tecnológicos de fronteira.
Com o aditivo de R$ 11,5 milhões, o edital, lançado originalmente na Expointer (com aporte de R$ 2,5 milhões), chega a R$ 14 milhões. Ele prevê investimentos em projetos propostos por universidades em parceria com empresas, entidades da sociedade civil e órgãos públicos que possibilitem avanços em quatro áreas prioritárias: irrigação, descarbonização, aumento da eficiência de produção e transição energética.
Os recursos também podem auxiliar na criação de ambientes de inovação, na formação de startups, na criação de laboratórios multiusuários e no estímulo ao desenvolvimento inovador do setor produtivo e de propriedades rurais.
O edital destina R$ 8 milhões para propostas de universidades e prefeituras que visem estruturar e gerir ambientes colaborativos (living labs) que congreguem recursos de infraestrutura para prototipação, realização de provas de conceito e testagem de produtos ou serviços focados no agronegócio.
O edital destina R$ 14,5 milhões para projetos de universidades em parceria com empresas que tenham como objetivo explorar o potencial das tecnologias portadoras de futuro no setor de saúde, fomentando soluções inovadoras que otimizem a experiência do paciente ao longo de sua jornada no sistema de saúde.
O edital destina R$ 1 milhão para projetos propostos por universidades, em parceria com empresas e escolas públicas, que visem desenvolver jogos eletrônicos que apresentem soluções digitais para os problemas observados na rede pública de ensino.
Aditivo ao Fixação Jovens Doutores –
Com um aditivo de R$ 14,5 milhões, será possível fixar 120 novos doutores, um aumento de 150% em relação ao número inicial, por meio de parceria da Fapergs com o CNPq.
Via lista classificatória, será seguida a ordem dos aprovados no edital 07/2022. Os recursos desta chamada pública permitem a fixação de doutores no Estado por meio de atuação em projetos de pesquisa e inovação, evitando a perda de recursos humanos especializados para outros Estados e países.
O edital visa apoiar ações de suporte à inovação aberta, definidas pelo Comitê Gestor, através da concessão de bolsas, de recursos de custeio e de capital. O investimento global estimado é de R$ 1,2 milhão, provenientes do orçamento da Sict, por meio de suplementação no orçamento da Fapergs.
Cada proposta terá o valor máximo de financiamento de R$ 151,25 mil, distribuídos da seguinte forma: até R$ 31,25 mil em custeio e capital, e uma bolsa na modalidade Bolsas de Gestão da Inovação e Tecnologia (GIT 1B), no valor de R$ 5 mil, por 24 meses, totalizando R$ 120 mil.
Monitaramento de Gases do Efeito Estufa
O edital é uma parceria da Sict com a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura que destinará R$ 15 milhões a pesquisadores doutores interessados em executar projetos de pesquisa para medição do balanço de gases nas cadeias produtivas primárias da economia gaúcha. O projeto será executado com recursos do Programa Avançar, com limite de R$ 5 milhões para cada proposta. O montante aplicado será destinado ao apoio das despesas de execução do projeto aprovado. O prazo máximo para a execução é de três anos.
