A entrevista de ontem (07) do Conversa Boa foi com o Pedro Henrique Celuppi e Isis James-Preston, que explicaram o que é identidade de gênero e alguns dos gêneros que se tem hoje.
Antes, só existiam dois gêneros, o masculino e o feminino, atualmente já se considera mais de 30. E foi para explicar melhor o que é isso, quais são alguns deles e de que forma se referir a essas pessoas que a entrevista de ontem se propôs.
Casos como do personagem Ivan da novela “Força do Querer” ilustram a realidade de muitos brasileiros. Na trama, a menina Ivana, não se sentia de acordo com seu corpo e com seu gênero biológico, o feminino, e aos poucos se tornou homem (com o auxílio de hormônios e operação). Porém, termina a novela namorando outro menino.
Neste exemplo, fica fácil de comentar a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual, que é onde a maioria das pessoas se equivoca. Identidade de gênero é como a pessoa se identifica, que pode ser diferente daquilo que lhe foi atribuído no nascimento. Como a Ivana da novela, que seu gênero biológico é feminino, mas ela se identifica com o sexo masculino. Não se sente uma mulher, se sente um homem.
Já a orientação sexual diz respeito a inclinação da pessoa no sentido amoroso e afetivo, podendo se interessar por pessoas do mesmo sexo ou de outro. A personagem Ivana, que se tornou Ivan, embora enquanto gênero feminino se sentisse homem, depois que se tornou homem, tinha seu interesse afetivo em meninos também. Portanto uma coisa não está atrelada a outra.
A Isis em sua entrevista comentou algumas diferenças entre transgênero, travesti e transexual. O primeiro é todo indivíduo que não se sente de acordo como gênero que lhe é atribuído no nascimento, e portanto passa por um processo de mudança de gênero. O segundo são aqueles que se vestem de acordo com o sexo oposto, podem até chegar a mudar alguma parte do corpo, como colocar silicone, mas sua parte biológica, permanece inalterada. E o último são aqueles que fazem uso de cirurgia e hormônios para trocar de sexo.
Também foi explicado o que são Drag Queens e Drag Kings. Os Drags sejam homens ou mulheres, se vestem do sexo oposto de uma forma dramática e exagerada em um curto período de tempo, sempre com o objetivo de fazer alguma apresentação performática, ou seja, não modificam seu gênero biológico, apenas se vestem, para perfomar.
Ao ser perguntado a Isis, de que forma se referir as pessoas de gêneros diferentes ao masculino e feminino, se “ele” ou “ela”, a entrevistada falou que o indicado é chamar da forma que a pessoa se apresenta, ou seja da maneira que se percebe a apresentação do indivíduo. Por exemplo, se é um homem, vestido de mulher, chama-se de ELA.
Se não há segurança sobre qual a melhor forma se referir, pode-se também perguntar a pessoa. Mas deve-se ter o cuidado para fazer isso de maneira educada e respeitosa.
Essa entrevista foi feita com a Isis James-Preston que é uma Drag Queen, performada pelo Pedro Henrique e o papo completo você pode assistir na página de Facebook da rádio.
Mais informações sobre o tema, você encontra também em www.dicionariodegeneros.com.br
Confira a entrevista na íntegra:
