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Corpo do ex-prefeito Zé Cândido é exumado

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O corpo do ex-prefeito de Camaquã, José Cândido de Godoy Netto, foi exumado na última terça-feira (21), a partir das 7h30. O processo foi realizado no cemitério São João.

Com a presença de um médico perito, foi realizada a coleta de material genético, a fim de realizar um exame de DNA. O exame será realizado pelo laboratório de Genética Forense da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC), com data ainda a ser confirmada. O procedimento tem um valor fixado em R$ 3.516,00, que será pago com recursos do inventário, cujos valores já se encontram em depósitos judiciais.

Já as despesas da exumação são custeadas por Daniela Sodré Netto, filha de Zé Cândido com Landa Sodré Netto, sua segunda esposa. Daniela é herdeira do inventário junto com José Cândido Júnior, de 13 anos, filho de Guaíra Folha de Godoy Netto, última esposa do ex-prefeito. Daniela tem interesse que o exame seja feito de forma urgente, para que o dar fim ao imbróglio e liberar o inventário.

A exumação é parte do processo iniciado em 14 de outubro de 2011, tendo como autora a filha de Zé Cândido. A ação também é de autoria de Guaíra. O processo não corre em segredo de justiça.

 

O inventário do ex-prefeito teria a seguinte relação de bens: 

– ações da arrozeira Camaquense; 

– capital social da Flor da Praia Agropecuária Ltda; 

– uma fração de terras com 72,6 hectares dentro de área maior com 108,9 hectares na localidade de Serraria, Pacheca, 6º Distrito de Camaquã; 

– lote urbano 6 da quadra 1, em Camaquã; 

– lote urbano 19 da quadra 4, em Camaquã; 

– lote urbano 20 da quadra 4, em Camaquã; 

– lote urbano 21 da quadra 4, em Camaquã; 

– lote 22 da quadra 4, em Camaquã; 

– lote 12 da quadra 7, em Camaquã; 

– lote 13 da quadra 11, em Camaquã; 

– depósitos judiciais.

 

José Cândido de Godoy Netto 

José Candido morreu em 16 de agosto de 2011, após ser internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para tratar uma obstrução intestinal. Oriundo de uma família tradicional de Camaquã, Zé Cândido, como era conhecido, nasceu no Rio de Janeiro. Filho do casal Florisbello Netto e Marina de Godoy Netto, era neto do General José Antônio Netto, o Zeca Netto, líder das revoluções de 1893 e 1923, e do engenheiro de pontes e ex-secretário de Obras do governo Carlos Barbosa Gonçalves, Cândido José de Godoy. 

Aos 16 anos o ex-prefeito perdeu o pai e teve de assumir os negócios da família. Na década de 50, foi morar em Camaquã e se casou com Gladys Terezinha Pereira da Silva, filha de um político que o incentivou a entrar na vida pública. Na segunda metade do século 20, Zé Cândido ocupou o posto de um dos homens mais ricos da região. Teve atuações no comércio, na agricultura e na pecuária. 

A primeira sigla que Zé Cândido participou foi o então Partido Libertador, em que acabou se elegendo vereador em 1959, vindo a ocupar a presidência da Câmara por dois anos. Em 1968, filiado ao MDB, elegeu-se prefeito, cargo que ocupou até 1972. A partir de 1980 já no PDT, esteve à frente da prefeitura de Camaquã por mais dois mandatos (1989-1992 e 1997-2000). Nesse meio tempo, casou-se pela segunda vez, com Landa Sodré Netto. 

Por discordar de alianças do partido em nível estadual, o político migrou para o PTB, mas acabou retornando ao PDT mais tarde. Depois de seis anos residindo em Maceió (AL), quando esteve casado com Guaíra Folha, Zé Candido voltou ao Rio Grande do Sul em 2007. Em abril, recebeu da Câmara de Vereadores do município o título de Honra ao Mérito.

 

Ouça a útlima entrevista concedida pelo ex-prefeito em 2011, ano de sua morte: